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sexta-feira, 5 de abril de 2019

Pandemic: Fall of Rome

Bárbaros eram povos que, segundos os Romanos, viviam às margens da sociedade. Da sua visão de sociedade, é claro, há no imaginário universal que tais povos eram rudes, indisciplinados, até mesmo selvagens e primitivos. Mas nada disso foi real. Eles tiveram uma rica cultura própria e. como era mais comum na antiguidade, faziam grandes migrações por inúmeros motivos, inclusive por migração de outros povos. Assim que chegaram dentro do território romano, houve atritos de ambos os lados e saques e destruições ocorreram. Não foram os bárbaros que derrubaram o Império Romano. Já havia outros fatores ocorrendo, como a corrupção desenfreada, crises econômicas e uma série de governos fracos e incompetentes, mas eles ajudaram. Agora, se quiser, você pode tentar impedir que isso aconteça. Tente mudar a história. Pandemic: Fall of Rome Tá na Mesa!



Pandemic: Fall of Rome é um jogo cooperativos lançado em 2018 por Matt Leacock e Paolo Mori. De um a cinco jogadores, com duração média de 60 minutos, em Pademic: Fall of Rome os jogadores tentam impedir que os Bárbaros destruam o Império Romano do Ocidente.

- Mas Pandemic não é aquele jogo de doenças? Então está dizendo que bárbaros são doenças e que devem ser erradicados?



Digníssimo digitonthophagus gazella, vamos por partes. Sim, Pandemic, o original, é exatamente esse jogo em que está pensando. Não, não estamos falando disso. Isso é fruto da sua imaginação. Fall of Rome segue as mesmas regras básicas do Pandemic, mas muda a ambientação, como já falamos. O objetivo do jogo não é erradicar os bárbaros, mas sim forjar alianças. O tabuleiro, em vez de ser o mapa mundi, é o mapa da Europa, com as principais cidades existentes no início do século V, com seus nomes em latim (Nota da Sra. Slovic: Para quem não sabe, os Romanos falavam latim e não italiano ou mesmo romanês ou algo do gênero). O jogo continua a ser cooperativo, então, ou todos perdem ou todos ganham. O turno ainda é dividido em três epatas: ações dos personagens, compra de cartas e ação do tabuleiro. Mas algumas mudanças são significativas.

Os jogadores devem escolher um personagem de sete possíveis: Magister Militum (Líder Militar), Preafectus Classis (Almirante), Preafectus Fabrum (Engenheiro), Consul (Cônsul) Mercator (Mercador), Vestalis (Sacerdotisa) e Regina Foederata (Nota do Sr. Slovic: A tradução literal é Rainha dos unidos. Ela tem certa influência com os bárbaros). Assim como no original, cada um tem habilidades exclusivas e úteis. Cada jogador tem em seu turno quatro ações: Marcha, Navegação, Construção de Forte, Recrutamento, Batalha, Troca de Cartas, Ação Especial, Forjar Alianças e Alistar Bárbaros.



Algumas ações como Marcha (Movimento), Ação Especial e Troca de cartas seguem regras semelhantes ao Pandemic. As outras têm significativas diferenças sou são totalmente novas. Navegar é ir de um Porto para outro, mas é necessário descartar a carta da cidade destino. É parecida com o Transporte Aéreo, mas tem a restrição que as duas cidades devem ter o símbolo do porto (Nota da Sra. Slovic: Ou seja, a movimentação rápida não é tão simples. Não dá para ir de qualquer ponto para qualquer ponto). Criar Alianças é como achar a cura. É necessário ter em mão um determinado número de cartas da mesma cor para fazer a ação, mas diferente da Cura do original, é só estar em uma cidade com, pelo menos um cubo da cor requerida. Cada tribo tem um número específico de cartas, que está impresso no tabuleiro. Já Construir Fortes é parecido com a criação do Centro de Pesquisa, a diferença é que a função primária do Forte é o Recrutamento de tropas e a secundária é guardar a cidade. Não é preciso ter um Forte para Forjar Alianças.

As outras ações são novas. Recrutamento traz as famosas Legiões Romanas ao jogo (Nota do Sr. Slovic: São meeples no formato de um centurião. Bem legal). Só é possível recrutar em cidades com fortes, ou como ação especial de alguns personagens, como no caso do Consul. As tropas podem se movimentar, mas só junto com um personagem. Os legionários servem para ataque e defesa. Quando um personagem está em uma cidade com Legiões e Bárbaros, ele pode fazer a ação de Ataque. Joga-se um dado por tropa (no máximo 3). As faces apresentam símbolos de cubos (os bárbaros são derrotados), de tropa (legionários são derrotados) e da Águia que é uma ação especial descrita no cartão do personagem, sendo que cada um é diferente. Bárbaros e tropas derrotadas saem do tabuleiro, mas não do jogo, voltando para o Estoque. Por fim, quando uma Aliança é feita, é possível Alistar Bárbaros. Gastando uma carta da cor da tribo numa cidade que tenha pelo menos um cubo da tribo em questão, todos os cubos da cor escolhida, naquela cidade, são substituídos por Legiões.




Depois que o personagem faz suas ações, o jogador compra duas Cartas de Jogador (Nota da Sra. Slovic: Há um limite de sete cartas que o jogador pode ter na mão no fim do turno). Assim como no original, há três tipos de cartas: Cidade, Evento e Revolta (Nota da Sra. Slovic: Que substitui a terrível Epidemia, mas os efeitos são quase os mesmos). As cartas de Cidade servem para fazer várias Ações, como Criar Aliança e Navegação. Já os Eventos, assim como no original, dá um efeito benéfico que pode ser usado como ação livre a qualquer momento, mesmo fora do seu turno. A única diferença é que na carta tem dois efeitos. Um normal e um mais poderoso, que se usado, eleva o nível de Declínio. Se o Declínio chegar ao máximo, o jogo termina e os jogadores são derrotados (Nota da Sra. Slovic: Sim, igual ao Surto do Pandemic). Por fim a Carta de Revolta. 



No início do jogo e no fim de cada turno, uma determinada quantidade de Cartas de Invasão são compradas, indicado onde os tribos vão entrar no jogo (Nota do Sr. Slovic: Assim como as Cartas de Infecção). A quantidade de cubos é determinada pelo Nível de Revolta, variando de dois a cinco. Sempre que uma Carta de Revolta é comprada, ela deve ser resolvida imediatamente. Os efeitos são: Elevar em um o nível de Revolta, Comprar a última Carta de Invasão e colocar três cubos na cidade e, por fim, embaralhar todas as Cartas de Revolta do descarte, colocando-as sobre a Pilha de Invasão. Ou seja, todas as cartas que já foram usadas vão voltar, aumentando a quantidade de Bárbaros nesses locais. Quando um quarto cubo, da mesma cor, entra numa cidade, ocorre um Saque. O nível de Declínio aumenta em um e em todas as cidades adjacentes entra um cubo, o que pode ocasionar novos Saques.

Como já mencionado, no fim do turno, novos Bárbaros surgem com as Cartas de Invasão, mas ao contrário do Pandemic, os cubos não entram diretamente na cidade. No mapa há uma Rota de Migração que os Bárbaros seguem (Nota do Sr. Slovic: Essas rotas aconteceram mesmo. É um fato histórico muito bem encaixado no jogo). Para entrar um cubo, a cidade deve satisfazer uma de duas condições: já ter no mínimo um cubo da cor ou ter pelo menos um na cidade imediatamente anterior da rota (Nota da Sra. Slovic: O fluxo de cada rota está indicado no mapa). Caso contrário, verifique a segunda condição na cidade anterior e, persistindo, volte até chegar ao Território da Tribo. O cubo entra na cidade que satisfazer a condição. Caso chegue no Território, entra na primeira da rota. Há uma rota saindo de cada um dos cinco território que chega a Roma. Há casos que a rota se bifurca, indo para lugares como Inglaterra, Espanha e Norte da África. Caso aconteça um Saque em Roma, o jogo termina imediatamente.



Quando um cubo entra em uma cidade que contém Legionários, pode acontecer duas coisas: Se na cidade tiver um peão de personagem ou uma fortaleza, cada Legionário impede que o Bárbaro avance, mas é derrotado e ambos saem do tabuleiro. Se estiverem sozinhos, um único cubo consegue emboscar todas as tropas e todos, Legião e Bárbaro, saem do tabuleiro.

O jogo prossegue até os jogadores que uma das condições de vitória ou derrota acontecerem. Os jogadores vencem quando conseguirem Forjas Alianças com todas as tribos ou se no fim de uma rodada não houver nenhum cubo em jogo. Eles perdem de ocorrer um Saque em Roma, o Declínio atingir o nível máximo, acabarem as Cartas de Jogador ou se a reserva de cubos de uma tribo, que precise entrar em jogo durante a fase de Invasão, estiver vazia.



No geral, Pandemic: Fall of Rome, é um jogo fantástico. Tem tudo o que o Pandemic já apresenta, mas com uma roupagem nova e alguns diferenciais bem interessantes. Se você gosta da franquia, tem tudo para gostar desse também. Se não é fã, quem sabe esse não tem algo que te faltava para gostar? Há um modo mais difícil, onde as Legiões não podem entrar em Roma (Nota do Sr. Slovic: Era lei) e um modo solo onde o jogador controla três Personagens que compartilham uma mesma mão de cartas. No manual os autores explicam sobre aspectos históricos usados assim como uma explanação sobre as tribos (Nota da Sra. Slovic: Leitura bem interessante). Fall of Rome é o terceiro título da série Pandemic Survive. Os outros são Pandemic: Reinos de Cthulhu (Nota da Sra. Slovic: Para quem gosta jogos com a mitologia de Lovercraft, como Eldritch Horror, Cthulhu’s Vault e Mansion of Madness) e Pandemic: Rising Tides (Nota do Sr. Slovic: Sobre inundações na Holanda). Agora você é capaz de salvar Roma e dizer: “Veni. Vidi. Vici".

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