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domingo, 5 de julho de 2015

Pandemic

A tela principal do Centro de Comando o Mapa Mundi. Cada vez mais e mais postos surgiam, em locais cada vez mais distantes. Só neste instante dois em Hong Kong, um em São Paulo e três em Kinshasa. Três? Não isso, não é bom! Logo toda a África sofreria com isso. Mellody, contate o Dra. Tessare e mande-o para a Nigéria agora. Josh, despache a carga com os medicamentos para Sidney junto com o pessoal do Sr. Samuel. Cadê o relatório da última missão da Professora Wu em Istanbul? Gente, vamos com isso, não temos um minuto a perder, pois Pandemic Tá na Mesa!



Pandemic é um jogo cooperativo lançado em 2008 e agora traduzido pela Devir com o nome de Pandemia (Nota do Sr. Slovic: OK, é o correto em português, mas não precisava fazer isso, já que o jogo é mundialmente conhecido pelo nome original. Por que não traduziram Pathfinder, também?). Para até quatro jogadores, dura em média uma hora (Nota da Sra. Slovic: Não mesmo. Nunca passa de uma hora. Houve algumas que não duraram quinze minutos!). Por ser totalmente cooperativo, os jogadores duelam conta o tabuleiro, que possui uma IA.

- Inteligência artificial? Ora, é um jogo de tabuleiro ou eletrônico, seus picaretas?

Calma lá, seu ser acelular. Pandemic, assim como outros cooperativos, como Eldritch Horror e Zombicide, possui regras de controle do tabuleiro, que faz o papel de adversário para os jogadores. Os jogadores representam uma equipe de combate às epidemias, que estão se espalhando pelo mundo. O objetivo do jogo é descobrir a cura das quatro doenças antes que algumas situações ocorram. Pandemic pode ser um jogo muito cruel.

Os jogadores escolhem um dos personagens da equipe. O jogo base vem com seis papéis: Médico, Cientista, Pesquisadora, Especialista em Operações, Especialista em Quarentena, Especialista em Planos de Contingência e Agente de Viagem (Nota do Casal Slovic: Sério Devir? A Dispatcher virou a Tia Augusta da CVC?). Cada personagens tem vantagens diferentes, como gastar menos ações para tratar doenças ou poder movimentar outro personagens em sue turno. A escolha dos papéis influencia muito no andar do jogo. Alguns personagens tem sinergia com outros. E também percebemos que alguns jogadores se dão melhor com determinados papéis (Nota do Casal Slovic: Por exemplo, o Sr. Slovic gosta muito de jogar com a Dispatcher e com a Especialista em Quarentena, e não se dá muito bem com a Cientista e a Pesquisadora, que são as favoritas da Sr. Slovic).

Cada jogador tem no início do turno quatro Pontos de Ação, que podem ser usados para se movimentar pelo tabuleiro, tratar populações infectadas, trocar cartas com outro jogadores, criar novos centro de pesquisa ou achar a cura. No fim do turno deve comprar duas cartas da Pilha do Jogador. São com essas cartas que se acha a cura de uma doença. São necessárias cinco cartas de cidades da mesma cor para obter a cura. Além das cartas de cidade, que também podem ser usadas para viajam pelo tabuleiro, esse baralho também tem Cartas de Eventos, que dão benefícios vitais aos jogadores e as temidas Cartas de Epidemia.

- Meu Deus, corram para as montanhas! Uma Carta de Epidemia saiu!!!!

Não se desespere, paranoico afobado! Depois explicamos as consequências dessa carta. Assim que o jogador termina seu turno, começa a fase das doenças. De duas a quatro cartas são tiradas da Pilha de Infecção, que mostra onde novas doenças entram no tabuleiro. Aqui que mora o perigo e a dificuldade do jogo. Sempre que um jogador resolver suas ações, mais marcadores de doenças entram em jogo. Cada cidade comporta até três marcadores da mesma cor. Se um quarto entrar, ocorre o Outbreak ou Surto. Todas as cidades conectadas são infectadas também. E se um quarto cubo entrar durante um Surto, ocorre uma reação em cadeia, e mais e mais cidades são infectadas. Quando ocorrer o oitavo Outbreak, fim de jogo.


Voltando as Cartas de Epidemia: Quando uma aparece no jogo, todas as Cartas de Infecção que estão no descarte, voltam para a Pilha e podem entrar novamente. Além disso, o nível de infecção (que começa em dois), que determina quantas cartas são tiradas na fase da doença, aumenta, podendo chegar a três ou quatro. E acontece imediatamente uma Fase da Doença. Por isso ele é tão perigosa, pois como um azarado pode tirar duas Epidemias seguidas, três Fases da Doença acontecem, aumentando e muito a chance de vários Outbreaks. Não é a toa que o número de Cartas de Epidemia determina a dificuldade da partida, sendo que para uma partida fácil são quatro e uma especialmente difícil, seis. Os jogadores também perdem se não houver mais cubos disponíveis para entrar ou acabar a Pilha do Jogador.

- Não quero saber disso! Esse jogo é impossível. Qual a graça disso?

Sim, meu desesperado paciente Zero, Pandemic é um jogo difícil e cruel. Parabéns se ganhar na primeira partida, sem ninguém experiente no grupo. Ou vocês são realmente bons, ou tiveram muita sorte ou jogaram totalmente errado, o que é o mais provável. Não espere uma vitória até a quarta ou quinta jogatina. Pandemic possui pequenas sutilezas na estratégia adotada e por ser um cooperativo necessita de uma união forte entre os jogadores, para decidir o que fazer e quando, pois um movimento errado pode desencadear o fim do jogo.

Pandemic é tão realista em simular o combate a doenças que quando houve o surto de Ebola em 2014, o criador do jogo, Matt Leacock criou um evento, que foi sediado em diversas partes do mundo, convidado as pessoas para jogar e arrecadar doações para os Médicos sem Fronteira, chamado Pandemic Party. No Brasil houve dois Pandemic Party, um deles organizado pelo Casal Slovic, com a presença de mais de 50 jogadores em um única tarde. Conseguimos uma carta autografada.



No geral, Pandemic é um ótimo jogo. É de longe nosso cooperativo favorito, tanto que temos todas às três expansões: On the Brick, In the Lab e State of Emergency e os dois jogos da linha: The Cure e Contagion (Nota da Sr. Slovic: Aguarde uma resenha em breve de todos esses jogos). Não possui regras complicadas, mas não é fácil de assimilar, já que poucos conhecem jogos onde não há competição entre os participantes e ou todos ganham ou todos perdem. As expansões adicionam muita coisa, como novos papeis (Nota da Sra. Slovic: Pilot rules!!!), cenários, novos eventos (bons e ruins), mutações e uma nova doença, além de permitir um quinto jogador, partidas entre equipes e todos contra um, no papel de um bioterrorista, lembrando muito Interpol e Letters from Whitechapel. Não deixe de jogar. Sim, é difícil, mas qual seria a graça se fosse fácil?


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