A tela principal do Centro de
Comando o Mapa Mundi. Cada vez mais e mais postos surgiam, em locais cada vez
mais distantes. Só neste instante dois em Hong Kong, um em São Paulo e três em
Kinshasa. Três? Não isso, não é bom! Logo toda a África sofreria com isso.
Mellody, contate o Dra. Tessare e mande-o para a Nigéria agora. Josh, despache
a carga com os medicamentos para Sidney junto com o pessoal do Sr. Samuel. Cadê
o relatório da última missão da Professora Wu em Istanbul? Gente, vamos com
isso, não temos um minuto a perder, pois Pandemic Tá na Mesa!
Pandemic é um jogo cooperativo
lançado em 2008 e agora traduzido pela Devir com o nome de Pandemia (Nota do
Sr. Slovic: OK, é o correto em português, mas não precisava fazer isso, já que
o jogo é mundialmente conhecido pelo nome original. Por que não traduziram
Pathfinder, também?). Para até quatro jogadores, dura em média uma hora (Nota
da Sra. Slovic: Não mesmo. Nunca passa de uma hora. Houve algumas que não
duraram quinze minutos!). Por ser totalmente cooperativo, os jogadores duelam
conta o tabuleiro, que possui uma IA.
- Inteligência artificial? Ora, é
um jogo de tabuleiro ou eletrônico, seus picaretas?
Calma lá, seu ser acelular. Pandemic,
assim como outros cooperativos, como Eldritch Horror e Zombicide, possui regras
de controle do tabuleiro, que faz o papel de adversário para os jogadores. Os
jogadores representam uma equipe de combate às epidemias, que estão se
espalhando pelo mundo. O objetivo do jogo é descobrir a cura das quatro doenças
antes que algumas situações ocorram. Pandemic pode ser um jogo muito cruel.
Os jogadores escolhem um dos
personagens da equipe. O jogo base vem com seis papéis: Médico, Cientista,
Pesquisadora, Especialista em Operações, Especialista em Quarentena, Especialista
em Planos de Contingência e Agente de Viagem (Nota do Casal Slovic: Sério
Devir? A Dispatcher virou a Tia Augusta da CVC?). Cada personagens tem
vantagens diferentes, como gastar menos ações para tratar doenças ou poder
movimentar outro personagens em sue turno. A escolha dos papéis influencia
muito no andar do jogo. Alguns personagens tem sinergia com outros. E também percebemos
que alguns jogadores se dão melhor com determinados papéis (Nota do Casal
Slovic: Por exemplo, o Sr. Slovic gosta muito de jogar com a Dispatcher e com a
Especialista em Quarentena, e não se dá muito bem com a Cientista e a
Pesquisadora, que são as favoritas da Sr. Slovic).
Cada jogador tem no início do
turno quatro Pontos de Ação, que podem ser usados para se movimentar pelo
tabuleiro, tratar populações infectadas, trocar cartas com outro jogadores,
criar novos centro de pesquisa ou achar a cura. No fim do turno deve comprar
duas cartas da Pilha do Jogador. São com essas cartas que se acha a cura de uma
doença. São necessárias cinco cartas de cidades da mesma cor para obter a cura.
Além das cartas de cidade, que também podem ser usadas para viajam pelo
tabuleiro, esse baralho também tem Cartas de Eventos, que dão benefícios vitais
aos jogadores e as temidas Cartas de Epidemia.
- Meu Deus, corram para as
montanhas! Uma Carta de Epidemia saiu!!!!
Não se desespere, paranoico
afobado! Depois explicamos as consequências dessa carta. Assim que o jogador
termina seu turno, começa a fase das doenças. De duas a quatro cartas são
tiradas da Pilha de Infecção, que mostra onde novas doenças entram no
tabuleiro. Aqui que mora o perigo e a dificuldade do jogo. Sempre que um
jogador resolver suas ações, mais marcadores de doenças entram em jogo. Cada
cidade comporta até três marcadores da mesma cor. Se um quarto entrar, ocorre o
Outbreak ou Surto. Todas as cidades conectadas são infectadas também. E se um
quarto cubo entrar durante um Surto, ocorre uma reação em cadeia, e mais e mais
cidades são infectadas. Quando ocorrer o oitavo Outbreak, fim de jogo.
Voltando as Cartas de Epidemia:
Quando uma aparece no jogo, todas as Cartas de Infecção que estão no descarte,
voltam para a Pilha e podem entrar novamente. Além disso, o nível de infecção
(que começa em dois), que determina quantas cartas são tiradas na fase da
doença, aumenta, podendo chegar a três ou quatro. E acontece imediatamente uma
Fase da Doença. Por isso ele é tão perigosa, pois como um azarado pode tirar
duas Epidemias seguidas, três Fases da Doença acontecem, aumentando e muito a
chance de vários Outbreaks. Não é a toa que o número de Cartas de Epidemia
determina a dificuldade da partida, sendo que para uma partida fácil são quatro
e uma especialmente difícil, seis. Os jogadores também perdem se não houver
mais cubos disponíveis para entrar ou acabar a Pilha do Jogador.
- Não quero saber disso! Esse jogo
é impossível. Qual a graça disso?
Sim, meu desesperado paciente
Zero, Pandemic é um jogo difícil e cruel. Parabéns se ganhar na primeira partida,
sem ninguém experiente no grupo. Ou vocês são realmente bons, ou tiveram muita
sorte ou jogaram totalmente errado, o que é o mais provável. Não espere uma
vitória até a quarta ou quinta jogatina. Pandemic possui pequenas sutilezas na
estratégia adotada e por ser um cooperativo necessita de uma união forte entre
os jogadores, para decidir o que fazer e quando, pois um movimento errado pode
desencadear o fim do jogo.
Pandemic é tão realista em simular
o combate a doenças que quando houve o surto de Ebola em 2014, o criador do
jogo, Matt Leacock criou um evento, que foi sediado em diversas partes do
mundo, convidado as pessoas para jogar e arrecadar doações para os Médicos sem
Fronteira, chamado Pandemic Party. No Brasil houve dois Pandemic Party, um
deles organizado pelo Casal Slovic, com a presença de mais de 50 jogadores em
um única tarde. Conseguimos uma carta autografada.
No geral, Pandemic é um ótimo
jogo. É de longe nosso cooperativo favorito, tanto que temos todas às três
expansões: On the Brick, In the Lab e State of Emergency e os dois jogos da
linha: The Cure e Contagion (Nota da Sr. Slovic: Aguarde uma resenha em breve
de todos esses jogos). Não possui regras complicadas, mas não é fácil de
assimilar, já que poucos conhecem jogos onde não há competição entre os
participantes e ou todos ganham ou todos perdem. As expansões adicionam muita
coisa, como novos papeis (Nota da Sra. Slovic: Pilot rules!!!), cenários, novos
eventos (bons e ruins), mutações e uma nova doença, além de permitir um quinto
jogador, partidas entre equipes e todos contra um, no papel de um
bioterrorista, lembrando muito Interpol e Letters from Whitechapel. Não deixe
de jogar. Sim, é difícil, mas qual seria a graça se fosse fácil?
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