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terça-feira, 14 de agosto de 2018

Heaven & Ale


Sabia que me inglês há várias formas de falar cerveja? Beer, Brew, Ale… Monastérios por toda a Inglaterra produziam inúmeros tipos de cerveja, mas todas com uma qualidade sem par por léguas e léguas. O Mestre Cervejeiro do local quase sempre era o segundo mais importante na hierarquia, isso quando não era o próprio Abade, tamanha a importância a cerveja tinha na vida do monastério. E para conseguir uma boa colheita, bons ingredientes e condições ideias, só rezando para o céu. Venha, Heaven & Ale Tá na Mesa!



Heaven & Ale é um jogo lançado em 2017 por Michael Kiesling e Andreas Schmidt. De dois a quatro jogadores, com duração média de 90 min, em Heaven & Ale os jogadores são chefes de monastérios tentando produzir a melhor cerveja.

- Monges bêbados? Esse jogo é um mau exemplo para todo.

Do que está falando, pinguço? Sei que você falta nas jogatinas que marca por causa da ressaca. Heaven & Ale não é sobre beber cerveja, mas sobre conseguir os melhores ingredientes para fabricá-la. A quantidade de turnos depende do número de jogadores (de quatro a seis rodadas). Há um Tabuleiro Central, onde os jogadores fazem as ações e outro individual, que representa o Campo de cada Monastério.



Há quatro ações disponíveis no Tabuleiro Central: Pegar Recursos (Grãos, Água, Madeira, Lúpulo e Fermento), Recrutar Monge, Colheita e Reclamar Conquista. As ações estão dispostas em uma trilha, onde há vários espaços para recursos e poucos para as conquistas. A movimentação na trilha lembra muito Tokaido, onde o jogador pode avançar quantas casas quiser, mas nunca retroceder. Já o Campo, onde os tiles de recursos são colocados, lembra Castle of Burgundy, onde a posição define o bônus ganhos e os combos que o jogador pode fazer.

- Misturar dois bons jogos? Gostei, mas esse é uma porcaria.

Você é inconstante mesmo. Depois reclama que ninguém te suporta. Heaven tem regras bem simples. Todo turno você faz uma ação. Para pegar recursos e recrutar monges, você deve pagar. O preço do monge está no tabuleiro e do recurso no próprio tile, mas seu valor final depende de onde ele será colocado no campo.

O tabuleiro individual está dividido em duas áreas: Ensolarado e Encoberto. O custo para colocar na área ensolarada é o dobro do que está no tile. No campo, há sete espaços reservados para galpões. Quando esses espaços são completamente rodeados, o jogador constrói um galpão e ocorre uma colheita. O tipo do galpão, que depende da soma dos valores dos tiles envolta, determina quantos tiles serão colhidos (Nota da Sra. Slovic: O tile não é retirado do campo) e quantos espaços o Mestre Cervejeiro andará em sua trilha. Quanto menor o valor, menos tiles serão colhidos, porém o Mestre andará mais. Se o recurso colhido está na sombra, o jogador ganhará seu valor em moedas. Se está no lado ensolarado, o marcador daquele recurso avança seu valor na trilha do Mestre Cervejeiro. A pontuação no fim do jogo depende da posição dos recursos e do Mestre. Os tiles de monges também são colocados no campo, nos espaços dos recursos. Quando ocorre a colheita, cada monge faz o Mestre mover um espaço e consegue colher todos os tiles adjacentes a ele.

A ação de Colheita está dividida em dez tipos: Uma para cada tipo de monge (são quatro), para cada tipo de recurso e de valor. Cada uma só pode ser usada uma vez por partida. No tabuleiro central a ação está distribuída em seis espaços, sendo que a primeira é para Colheita de Valor, a segunda para tipo de Recurso, a terceira para de Monge e as outras podem ser usadas como se fosse qualquer uma das anteriores.



Quando o jogador faz uma de Recursos, colhe todos os tiles daquele recurso que está em seu campo. Já uma de Valor, ele escolhe um número e todos os tiles daquele valor serão colhidos. E a de Monge, todos os tiles adjacentes ao monge escolhido serão coletados. Sempre que a colheita é feita dessa forma, um marcador e colocado no tabuleiro individual, indicando que essa ação não pode ser mais feita. Quando dois marcados são colocados próximos, o jogador deve jogar uma Carta de Privilégio. Todos começam o jogo com as mesmas cinco cartas (Dica da Sra. Slovic: Elas são bem poderosas) e elas podem ser descartadas como ação livre para ganhar três moedas por carta retirada da partida.

Há algumas condições que dão Pontos de Vitória (PV) para os primeiros que alcançá-las. Mas para ganhar, o jogador deve parar em um dos espaços de Reclamar Recompensa no tabuleiro central. Entre os prêmios estão para o primeiro que conseguir seis tiles de valor cinco, baixar três recompensas, fazer a colheita com todos os tipos de monges. São doze ao todo.



- De cara já vi que não gosto desse jogo. Muito complexo.

Deixa de ser lunático. É só você não entender as regras, que já faz vídeos falando que não gosta do jogo. O turno termina quanto todos os jogadores deram uma volta na trilha de ações. Antes da próxima rodada começar, novos tiles são colocados no tabuleiro central.

A pontuação final não é nada ortodoxia (Nota da Sra. Slovic: Assim como em Rajas of the Ganges). No local que o Mestre Cervejeiro parou na trilha existe uma marcação que indica quantos espaços o marcador de recursos mais a frente deve voltar e quanto o mais atrás deve avançar, até que eles se encontrem na trilha (Nota do Sr. Slovic: Durante essa etapa o recurso mais a frente vai mudar de tipo, assim como o que estiver por último). Por exemplo, o Mestre parou na marcação 3:1, então para o marcador mais atrás, no caso, o Grão, andar um espaço, o que está mais a frente, no caso Madeira, deve voltar três. Mas, quando Madeira ficar atrás de Lúpulo, é esse que vai retroceder. O mesmo acontece se o Grão passar o de Água. Cada dez moedas faz um marcador avançar um espaço. Quando não for mais possível avançar ou retroceder sem entrar em um loop infinito, pegue o valor da casa em que o último recurso está e multiplique pelo número indicado na marcação do Mestre. Some todas as Recompensas que você ganhou e mais um ponto para quem foi o Primeiro Jogador última rodada. Quem tiver mais PV no fim, vence a partida. Parece complicado (Nota do Sr. Slovic: E é mesmo), mas dá para pegar o jeito da coisa bem rápido.



No geral, Heaven & Ale é um ótimo jogo. As regras são bem simples (Nota da Sra. Slovic: Exceto a parte da pontuação final), mas o jogo é para queimar o cérebro (Nota do Sr. Slovic: Assim como Dominant Species ou Dungeon Lords), por isso ele foi finalista doo Kennerspiel des Jahr 2018, o prêmio de melhor jogo “pesado” do ano. São muitas decisões para tomar e o dinheiro para fazer tudo é muito, mas muito curto. Tanto a parte de o que fazer no tabuleiro central quanto onde colocar os tiles nos campos têm profundos impactos no decorrer da partida. Não é tido mundo que gosta desse tipo de jogo (Nota da Sra. Slovic: Depois não vá reclamar e culpar os outros jogadores), mas vale a pena conhecer e, se você for fã de jogos heavy (Nota do Sr. Slovic: Como eu), ter na coleção.
Agora todos juntos: “Arriba, abajo, al centro y adentro”. Cheers!

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