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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Leonardo da Vinci

Saí de casa com o Sol ainda a nascer. Tinha que comprar toda a corda disponível no mercado. Não sei ao certo para que, mas Miguel viajou de noite para negociar com a guilda dos vidreiros. Queria apressar nossa encomenda, mas sei que seria quase impossível, pois todos tinham feitos grandes pedidos antes. Voltando para o ateliê, vi Rafa entrando do prédio do Conselho. Espero que consiga algo produtivo. Na última vez que fui, tudo que consegui foram algumas informações sobre possíveis futuros projetos para a cidade, mas nada de muito útil. Encontrei Don dormindo sobre a bancada. Ao que parece passou a noite no projeto. De novo, sem muito progresso. Desanimado, fui ao escritório. Esperava encontrá-lo cabisbaixo e, como seu primeiro discípulo, assumir toda a culpa no fracasso, mas o Mestre ao me ver, com os olhos brilhando, me disse: “Léo, tive uma visão. Sei muito bem o que fazer. Reúna os quatro, pois temos muito trabalho. Desta vez os terei os Conselheiros aos meus pés. Corra, não temos tempo a perder, pois Leonardo da Vinci Tá na Mesa!”



Leonardo da Vinci é um jogo italiano lançado em 2006. Nele, os jogadores fazem papel de um grande inventor na cidade de Florença do século XVI, em plena Renascença italiana, que deve realizar alguns projetos, junto com seus aprendizes, a pedido do Conselho da Cidade. De dois a cinco jogadores, com duração média de 90 minutos, Leonardo é Euro desconhecido pelo público em geral.

- Se ninguém conhece, é porque é ruim. Então, não perca tempo falando dele. Próximo jogo!

Ma que porca miséria. Va al diavolo, Cazzo! Leonardo é um ótimo jogo, mas por ser antigo e não ser tão badalado, poucos o conhece. É um Euro onde quase não há o chamado fator sorte, onde planejamento e leitura da partida são as chaves do sucesso. O jogo é dividido em nove turnos, sendo que cada é composto por três fases, exceto os últimos dois. O tabuleiro, como em todo bom jogo de Alocação de Trabalhadores, é dividido em setores: o concílio da cidade, as lojas, a academia e o ateliê. Na parte de baixo do tabuleiro, ficam algumas cartas em aberto, representando as invenções que a cidade tem interessem em comprar. O número de Cartas de Projetos depende do número de jogadores. O moto do jogo é a criação destas invenções. Cada carta tem, além do desenho do projeto (Nota do Sr. Slovic: Todos são projetos criados pelo próprio Leonardo da Vinci), a quantidade e tipo de material necessário, além do tempo de criação e seu preço.

Na primeira fase, cada jogador decide secretamente qual projeto vai realizar (todos podem escolher o mesmo projeto) e coloca embaixo do seu tabuleiro individual, que representa sua oficina, os materiais necessários para criá-lo. Na segunda fase, por ordem, cada jogador aloca um ou mais trabalhadores em uma área. Assim como em Stone Age, não se pode colocar novamente em uma área que já tenha um trabalhador seu. A terceira fase é a de resolução das áreas. Nessa fase, age primeiro quem colocou mais trabalhadores em cada setor. Se há empate, quem colocou primeiro age antes. Aqui se compra os materiais para as invenções, consegue novos aprendizes, amplia-se o laboratório ou compra um segundo, pede favores para o Conselho e pesquisa os inventos.
As invenções são separadas em três cores: Cobre, Prata e Ouro e quatro tipos de Materiais principais. No inicio do jogo só há disponíveis projetos da cor Cobre. Cada tipo leva um tempo diferente para ser concluído. Esse tempo representa a quantidade de aprendizes e mestres que devem ser alocados nos laboratórios. Por exemplo, escolhemos um projeto que leva sete semanas. Na primeira rodada dois trabalhadores forem colocados no laboratório, então o projeto andou dois espaços. Na segunda rodada colocamos cinco trabalhadores. Então concluímos o invento. O primeiro jogador que finalizar o projeto ganha mais dinheiro que os outros e pode ficar com a Carta de Projeto, que dá um bônus de duas semanas para outros projetos do mesmo tipo.



Nas últimas duas rodadas, as áreas do tabuleiro ficam indisponíveis, sendo possível somente alocar no laboratório. É a chamada Fase de Pesquisa Pura, onde todo o esforço é concentrado na criação dos projetos (Nota da Sra. Slovic: Desde que você tenha feito um estoque na material, se não...). No fim das nove rodadas vence quem tiver mais dinheiro.

- Você disse que é um Euro, mas não tem Pontos de Vitória. Não tente me enganar, seu mentiroso!!!!

Va al diavolo, tuo scema! Burgiado é tua mama!  As notas de Lira (Nota do Sr. Slovic: Antiga moeda italiana, que já circulava em Florença na época da Renascença) tem o papel de Pontos de Vitória em Leonardo da Vinci. Um grande problema é decidir o quanto gastar para comprar os materiais necessários nos projetos e quanto guardar para o fim do jogo. Há um bônus no fim do jogo por tipos diferentes de projetos feitos.



No geral, Leonardo da Vinci é um Euro clássico. Os componentes são simples, mas de ótima qualidade. O manual é um pouco confuso e assusta um pouco o pessoal (Nota do casal Slovic: Temos que confessar que, apesar de ser um dos primeiros jogos que compramos, Leonardo ficou mais de 18 meses intocado. Vergogna! Vergogna!). Deve-se observar com cuidado o que os adversários estão fazendo, pois eles podem ter a mesma estratégia sua, mas agir antes no turno, o que pode significar várias Liras a menos. O planejamento de turnos futuros é vital para se alcançar a vitória, mas não deve ter medo de desistir do caminho traçado e começar novamente por outra rota. Se você gosta de Euros, tem que conhecer Leonardo. Se não, pode ser o jogo que venha a fazer você mudar de opinião. Então, quem está preparado para provar ao povo de Florenza que é o novo Leonardo da Vinci?


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