Andam pelas nuvens, nadam pelo
éter indistinto do não consciente, desfrutam das alegorias de uma memória que
ainda não aconteceu e de futuros não recorrentes. Reminiscência que põe a prova
tudo que foi experimentando, testando e catalogando. O que vemos, degustamos,
cheiramos, ouvimos, tateamos, ou seja, sentimos. Sentimentos físicos, mentais,
espirituais e, porque não, sentimentais. Cheirando cores e apalpando sons,
vendo um áspero emitindo um som azuis, porém salgado. Tudo parece indistinguível
enquanto elefantes vestidos de trajes vitorianos dançam pelo arco-íris para
entreter um pajé chinês triste ao saber que vai casar consigo mesmo. Tentamos
entender porque não fomos convidado para o julgamento do acusado de matar o
tempo. Indo em frente, seguindo pela escada infinita, pensamos no objeto
irremovível de nossos pesadelos frente à força irrefreável de nossos sonhos.
Não entendemos porque, mesmo sendo indivíduos, falamos tudo no coletivo, mas
entendi que tudo parece idílico e levemente fantasioso, como se algo não fizesse
sentido e, ao mesmo tempo, fosse uma revelação tão ululante, que me faz acordar
ao lembrar que Dixit Tá na Mesa!
Dixit é um jogo festivo, lançado
em 2008 (2013 no Brasil, outra bola dento da Galápagos), bem simples, extremamente
divertido, elegante e criativo, para qualquer faixa etária, do gamer mais
hardcore até sua sobrinha ou seu avô. De três a seis jogadores, que usam como
marcadores belos coelhinhos de madeira.
- Coelhinhos? Mas que jogo
mais...
Calma aí, rascunho de xiita. Olha
o preconceito. Tudo no jogo tem certa dose de inspiração em Alice no Pais das
Maravilhas, e os coelhos estão totalmente no clima, mas depois voltamos neste
ponto. Pode-se dizer que Dixit é uma viagem onírica, onde uma imaginação
criativa é a chave da vitória.
Cada jogador começa com seis cartas
com figuras. Um jogador é eleito como narrador e este deve escolher uma de suas
cartas, dando uma dica sobre ela. Pode ser somente uma palavra, ou mesmo uma
frase, um cantarolar, uma citação, qualquer coisa que não seja totalmente
óbvia, mas que também não seja muito vaga.
- Como assim?
Veja bem, pequeno pensador
profundo. Depois de dar a dica, o narrador coloca sua carta virada de costas na
mesa. Todos os outros jogadores devem escolher uma carta na sua mão que mais se
encaixa na dica e coloca-la na mesa. Depois todas são embaralhadas e vidadas.
Todos tem que adivinhar a carta do narrador e começa uma eleição secreta. Caso
todos acertem ou todos errem, o narrador não pontua (o narrador não participa
da votação). Quem acertar, pontua. Ganha quem fizer trinta pontos. Depois, cada um compra uma carta
e um novo narrador continua o jogo.
- Ah, não parece ser tão legal.
Pode acreditar que é, Daria. Como
já dissemos, Dixit é simples e nessa simplicidade está sua elegância. As caras
são lindíssimas e psicodélicas, retiradas de sonhos de pessoas como Salvador
Dali e Tim Burton, ou de contos dos Irmãos Grimm ou Lewis Carroll (autor de
Alice, por isso o Coelho). É um jogo para se divertir com os amigos. Já existem várias expansões, cada uma trazendo muitas, mas muitas cartas e que aumentam de maneira vertiginosa a rejogabilidade. Com Dixit, boas
risadas estão garantidas. Junte seus amigos e solte a imaginação.
O jogo é ótimo e muito divertido
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