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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Dixit

Andam pelas nuvens, nadam pelo éter indistinto do não consciente, desfrutam das alegorias de uma memória que ainda não aconteceu e de futuros não recorrentes. Reminiscência que põe a prova tudo que foi experimentando, testando e catalogando. O que vemos, degustamos, cheiramos, ouvimos, tateamos, ou seja, sentimos. Sentimentos físicos, mentais, espirituais e, porque não, sentimentais. Cheirando cores e apalpando sons, vendo um áspero emitindo um som azuis, porém salgado. Tudo parece indistinguível enquanto elefantes vestidos de trajes vitorianos dançam pelo arco-íris para entreter um pajé chinês triste ao saber que vai casar consigo mesmo. Tentamos entender porque não fomos convidado para o julgamento do acusado de matar o tempo. Indo em frente, seguindo pela escada infinita, pensamos no objeto irremovível de nossos pesadelos frente à força irrefreável de nossos sonhos. Não entendemos porque, mesmo sendo indivíduos, falamos tudo no coletivo, mas entendi que tudo parece idílico e levemente fantasioso, como se algo não fizesse sentido e, ao mesmo tempo, fosse uma revelação tão ululante, que me faz acordar ao lembrar que Dixit Tá na Mesa!



Dixit é um jogo festivo, lançado em 2008 (2013 no Brasil, outra bola dento da Galápagos), bem simples, extremamente divertido, elegante e criativo, para qualquer faixa etária, do gamer mais hardcore até sua sobrinha ou seu avô. De três a seis jogadores, que usam como marcadores belos coelhinhos de madeira.

- Coelhinhos? Mas que jogo mais...

Calma aí, rascunho de xiita. Olha o preconceito. Tudo no jogo tem certa dose de inspiração em Alice no Pais das Maravilhas, e os coelhos estão totalmente no clima, mas depois voltamos neste ponto. Pode-se dizer que Dixit é uma viagem onírica, onde uma imaginação criativa é a chave da vitória.

Cada jogador começa com seis cartas com figuras. Um jogador é eleito como narrador e este deve escolher uma de suas cartas, dando uma dica sobre ela. Pode ser somente uma palavra, ou mesmo uma frase, um cantarolar, uma citação, qualquer coisa que não seja totalmente óbvia, mas que também não seja muito vaga.

- Como assim?

Veja bem, pequeno pensador profundo. Depois de dar a dica, o narrador coloca sua carta virada de costas na mesa. Todos os outros jogadores devem escolher uma carta na sua mão que mais se encaixa na dica e coloca-la na mesa. Depois todas são embaralhadas e vidadas. Todos tem que adivinhar a carta do narrador e começa uma eleição secreta. Caso todos acertem ou todos errem, o narrador não pontua (o narrador não participa da votação). Quem acertar, pontua. Ganha quem fizer trinta pontos. Depois, cada um compra uma carta e um novo narrador continua o jogo.

- Ah, não parece ser tão legal.


Pode acreditar que é, Daria. Como já dissemos, Dixit é simples e nessa simplicidade está sua elegância. As caras são lindíssimas e psicodélicas, retiradas de sonhos de pessoas como Salvador Dali e Tim Burton, ou de contos dos Irmãos Grimm ou Lewis Carroll (autor de Alice, por isso o Coelho). É um jogo para se divertir com os amigos. Já existem várias expansões, cada uma trazendo muitas, mas muitas cartas e que aumentam de maneira vertiginosa a rejogabilidade. Com Dixit, boas risadas estão garantidas. Junte seus amigos e solte a imaginação.


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