A noite estava mais escura que o normal. Vento
batia forte nas janelas de madeira. Trovões ameaçavam quebrar os vidros. A
tormenta se avizinha! Sombras se faziam de assustadoras e ruídos inexistentes
eram ouvidos. Todos estavam assustados com a hora de dormir, mas sabiam que uma
boa história dissiparia o medo e então puderam relaxar, pois Mice & Mystics
Tá na Mesa!
Mice & Mystics
lançado em 2012 por Jerry Hawthorne. Para um a quatro jogadores, com duração média
de 60 minutos, em M&M é um jogo de narração de histórias.
- Tipo conto de fadas? Era uma vez um jogo
chato e blá, blá, blá...
Ei, cria rejeitada da
Bruxa do Oeste, Mice & Mystics é sim um conto de fadas e mais ainda, é
quase um RPG. Um belíssimo jogo de exploração, mas onde a história é parte
importante. Sim, você pode só andar-matar-conquistar, mas a experiência é outra
prestando atenção à narração contada. No jogo base há um livro com onze
aventuras prontas, que podem ser jogadas de forma avulsas, mas que formam uma
campanha coesa e magnífica, onde os jogadores fazem o papel de heróis
transformados em ratos. Como dissemos, M&M é uma história de contos de fadas,
o que o transforma em uma ótima maneira de apresentar o mundo dos boardgames
para as crianças.
- Joguinho infantil? Tô
fora! Sou velho para isso.
Não se irrite, que vai
sujar suas fraldas geriátricas. Mice & Mystics não é um jogo de crianças, é
necessária uma boa dose de estratégia para vencer seus desafios, o que vai
agradar todos os públicos, até os mais velhos. A história é um clichê clássico:
o rei, viúvo, cai de amores por uma rainha e logo fica debilitado, de cama. A
rainha se mostra uma pessoa cruel e prende o príncipe e todos aqueles leais a
ele. Para escapar, são transformados em ratos e devem procurar alguma maneira
de derrubar a vilã. Mas não são simples ratos (nota da Sra. Slovic: Estamos
falando de uma história digna de ser contada pela Pixar ou Dreamworks): são
heróis de capa e espada, que usam magia e táticas para explorar seu antigo lar,
agora vinte vezes maior e cem vezes mais ameaçador, onde qualquer barata é um
desafio, uma aranha pode significar encontrar uma morte cruel e um gato (Nota
do Sr. Slovic: Ah, o gato! Brodie não sabe brincar).
São seis personagens
para jogar: Príncipe Collin, a Curandeira Tilda, o Faz-tudo Nez, o Ladino
Flich, o Mago Maginus e a Arqueira Lilly. Mas cada aventura trás em sua
descrição quais heróis estarão disponíveis, pois conforme a história vai sendo
contada, alguns podem ainda não ter aparecido (Nota da Sra. Slovic: Como é o
caso da Lilly no primeiro capitulo. Ela só entra no segundo, e como personagem
obrigatória) ou estarem em outra parte, longe da narração principal.
- E como se joga? Com
queijo e ratoeiras?
Boa pergunta, cérebro
de Limburger. Cada personagem pode se mover e realizar outra ação de cinco
disponíveis (atacar, explorar, procurar, fugir e trocar). Algumas ações
necessitam uma jogada de dados (como andar, atacar e procurar). Os dados são
personalizados, com símbolos (espada, escudo, arco e queijo) em vez de só
números. Cada aventura é chamada de capítulo, que é dividido em páginas, que
varia de um para outro.
E como não poderia ser
diferente, em um jogo de ratos o queijo está presente. Ele serve tanto para
alimentar as habilidades especiais dos heróis como fazer se aproximar o fim do
jogo. Há uma roda no tabuleiro e certos eventos fazem um pedaço de queijo ser
colocada nela. Quando ela é completada (com seis pedaços) algo ruim acontece:
novos adversários entram em jogo e uma página é virada. E depois que todas as
páginas são viradas o jogo acaba com a derrota dos jogadores.
Voltando aos aspectos
de RPG de M&M, jogando o modo campanha é possível fazer os heróis subirem
de nível, ganhando novos equipamentos e habilidades. E voltando a falar de
M&M para crianças, além de estimular a cooperação, a narração e a leitura, um
aspecto positivo é que os heróis não morrem. Eles até podem ser capturados
pelos asseclas da rainha, mas nunca mortos. Igual a um conto de fadas.
No geral M&M pode
até parecer um jogo bobo, infantil mesmo, mas não se deixe enganar. Ele se
encaixa em vários perfis de jogadores: começando pelos pais que querem
incentivar seus baixinhos a conhecer o universo dos boardgames, passando pelos
que gostam de um bom Dungeon Crawl e chegando a todos que gostam de uma boa
aventura, regada a muitas risadas. Mice é um jogo leve, porém não é rápido nem
despretensioso. É um jogo para se pensar em conjunto.
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