Um grande regente sempre é
reverenciado, principalmente, quando possui um domínio tão vasto. Pessoas de
todo o continente vem prestar homenagens em seu aniversário. Emissários de terras
longínquas trazem presentes exóticos. O povo faz festa que já dura dias. Como é bom ser amado. Agora, priy patnee, vamos entrar. Agra Tá na
Mesa!
Agra é jogo criado em 2017 por Michael
Keller. Para dois a quatro jogadores, com duração média de 120 min. Em Agra, os
jogadores são grandes proprietários de terras indianos que querem ganhar influência
no palácio.
- Credo, duas horas de jogo. Quem
é o desocupado para jogar isso?
Are
baba! Não me lembro
de você reclamar do tempo de Banco Imobiliário. A birra é só para jogos bons?
Agra tem uma longa duração por que é um grande jogo (Nota da Sra. Slovic: Em vários
sentidos. O Tabuleiro central é enorme!), mas as regras gerais são simples. Em
termos gerais, os jogadores devem produzir uma série de produtos para ou
entregar aos comerciantes ou para as Guildas ou para o Imperador Akbar, um dos maiores
monarcas da história (Nota história do Sr. Slovic: Realmente você achava que só
havia quatro indianos famosos: Gandhi, Shaka de Virgem, Dhalsim e Rajesh Koothrappali?).
O tabuleiro central é dividido em
três partes: o Rio, onde ficam as cartas de Comércio; as áreas de Produção, em
volta do Palácio e; a área dos Personagens. No inicio do jogo é possível produzir
os quatro bens básicos: arenito, madeira, algodão e açafrão. Depois, conforme a
partida avança, é possível construir prédios que permitem produzir vários bens
intermediários (como tábuas, cimento e curry) e finais (como livros, pinturas e
roupas).
Cada turno é dividido em três fases: Meditação,
Ação e Entrega. Na primeira fase é possível gastar Pontos de Meditação (PM)
para ganhar alguns bônus. Para ganhar PM é necessário derrubar seus trabalhadores
já alocados no tabuleiro central.
Na
fase de Ação, que é a única obrigatória, o jogador deve alocar um trabalhador e
já fazer a ação correspondente. Se já houver outro jogador no local, ele é
expulso e ganha Pontos de Favores (Dica da Sra. Slovic: Um trabalhador abaixado
por causa da Meditação não ganha Favor). Não é possível se expulsar. Se o trabalhador
foi alocado em um prédio ou uma fazenda, a quantidade produzida depende da
Trilha de Produção no tabuleiro individual do jogador. Cada produto está ligado
a outros dois, sendo que quanto maior o nível de produção de um, menor o dos
outros. Saber ajustar essa trilha é importante.
-
Ei, você disse que as regras eram simples. Até agora não entendi nada! Odeio
esse tipo de jogo.
Sei
bem disso, Khotey ki aulad. Você sempre reclama de jogos desse tipo como
Dominant Species e Kanban (Nota da Sra. Slovic: Na verdade, todos do Mestre Lacerda).
Falamos que as regras gerais são simples: alocar um trabalhador e fazer a ação
correspondente. Mas são os detalhes que transformam o Agra em um jogão.
Os
trabalhadores também podem ser usados com um dos quatro Personagens. O
Construtor permite criar um prédio de produção. Quanto mais elaborado o
produto, mais materiais são necessários para construí-lo. Há uma cadeia
produtiva no jogo, então para fazer um Livro, além do prédio disponível, é
necessário ter Papel, que é fabricado com Madeira. É possível erguer um prédio
sem usar o Construtor, mas o jogador não ganha alguns bônus. Outro personagem é
o Barqueiro, que entrega produtos aos Comerciantes que estão no rio. Cada Carta
de Comerciante pede alguns tipos de mercadorias. O jogador que entregar mais
produtos para o Comerciante, ganha a carta, que dá vantagens, além de Pontos de
Vitória (PV). Dependendo de Cartas retiradas, um marcador de Barco avança pelos
portos no rio, liberando mais cartas. Um dos gatilhos de Fim de Jogo é chegar
ao sexto porto.
Outro
Personagem é o Mercador, que permite alterar o preço dos bens, além de possibilita
trocar um produto por outro. A última personagem é a Herbalista, onde o jogador
pode fazer duas de três ações: Retirar Caixotes, para aumentar a produção de
bens primários; Mover os fazendeiros, alterando a relação de produção entre os
bens e; aumentar os pontos ganhos na Fase de Meditação.
Por fim, na terceira fase, os jogadores podem
entregar um par de produtos específicos para uma das três guildas, recebendo
dinheiro e/ou influência; ou um produto como presente para o grande Akbar. Os
presentes rendem PVs no fim do jogo. Há um tabuleiro específico para as guildas,
com a figura do Imperador acima (Nota da Sra. Slovic: É lindíssimo). Os outros
dois gatilhos de término da partida é chegar ao oitavo nível de influência em
uma das guildas ou fazer a sexta entrega.
-
Ei, sabichão, você não falou de uma coisa.
Oras,
Ullu ke pathe. Ainda não acabamos. Não
falamos que Agra fica as margens do rio Yamuna (Nota da Sra. Slovic: que está
representado no jogo) e é o segundo mais sagrado para o Hinduísmo. Além disso,
o famoso palácio Taj Mahal foi construído na cidade, pelo imperador Shah Jahan.
Também ainda não falamos que os Favores dão importantes bônus, sendo que podem
ser usados como uma ação livre e que todos começam com mesmos três, mas a cada
três níveis de influência nas guildas, o jogador ganha um exclusivo. E no fim
do jogo, ganha quem tiver mais PVs.
No
geral, Agra é um belo jogo. Ele é longo e pesado, não sendo recomendado para
iniciantes (Nota do Sr. Slovic: Mas nada que impeça), mas é bem fluído, com turnos
normalmente bem rápidos. A arte do tabuleiro espetacular e componentes de boa
qualidade. Seus muitos pequenos detalhes podem afugentar quem não gosta de
jogos mais densos. Há uma sequência lógica nas ações que ajudam o desenrolar do
jogo, como um “caminho das pedras”, que pode dar uma vantagem quem já jogou, mas
nada que uma boa estratégia não faça a diferença. Agra vem agregar uma nova safra de jogos
baseados na cultura indiana, como Rajas of the Ganges. Namaskar!
Hari bol!
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