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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Agra


Um grande regente sempre é reverenciado, principalmente, quando possui um domínio tão vasto. Pessoas de todo o continente vem prestar homenagens em seu aniversário. Emissários de terras longínquas trazem presentes exóticos. O povo faz festa que já dura dias.  Como é bom ser amado. Agora, priy patnee, vamos entrar. Agra Tá na Mesa!



Agra é jogo criado em 2017 por Michael Keller. Para dois a quatro jogadores, com duração média de 120 min. Em Agra, os jogadores são grandes proprietários de terras indianos que querem ganhar influência no palácio.

- Credo, duas horas de jogo. Quem é o desocupado para jogar isso?



Are baba! Não me lembro de você reclamar do tempo de Banco Imobiliário. A birra é só para jogos bons? Agra tem uma longa duração por que é um grande jogo (Nota da Sra. Slovic: Em vários sentidos. O Tabuleiro central é enorme!), mas as regras gerais são simples. Em termos gerais, os jogadores devem produzir uma série de produtos para ou entregar aos comerciantes ou para as Guildas ou para o Imperador Akbar, um dos maiores monarcas da história (Nota história do Sr. Slovic: Realmente você achava que só havia quatro indianos famosos: Gandhi, Shaka de Virgem, Dhalsim e Rajesh Koothrappali?).

O tabuleiro central é dividido em três partes: o Rio, onde ficam as cartas de Comércio; as áreas de Produção, em volta do Palácio e; a área dos Personagens. No inicio do jogo é possível produzir os quatro bens básicos: arenito, madeira, algodão e açafrão. Depois, conforme a partida avança, é possível construir prédios que permitem produzir vários bens intermediários (como tábuas, cimento e curry) e finais (como livros, pinturas e roupas).


Cada turno é dividido em três fases: Meditação, Ação e Entrega. Na primeira fase é possível gastar Pontos de Meditação (PM) para ganhar alguns bônus. Para ganhar PM é necessário derrubar seus trabalhadores já alocados no tabuleiro central.

Na fase de Ação, que é a única obrigatória, o jogador deve alocar um trabalhador e já fazer a ação correspondente. Se já houver outro jogador no local, ele é expulso e ganha Pontos de Favores (Dica da Sra. Slovic: Um trabalhador abaixado por causa da Meditação não ganha Favor). Não é possível se expulsar. Se o trabalhador foi alocado em um prédio ou uma fazenda, a quantidade produzida depende da Trilha de Produção no tabuleiro individual do jogador. Cada produto está ligado a outros dois, sendo que quanto maior o nível de produção de um, menor o dos outros. Saber ajustar essa trilha é importante.



- Ei, você disse que as regras eram simples. Até agora não entendi nada! Odeio esse tipo de jogo.

Sei bem disso, Khotey ki aulad. Você sempre reclama de jogos desse tipo como Dominant Species e Kanban (Nota da Sra. Slovic: Na verdade, todos do Mestre Lacerda). Falamos que as regras gerais são simples: alocar um trabalhador e fazer a ação correspondente. Mas são os detalhes que transformam o Agra em um jogão.

Os trabalhadores também podem ser usados com um dos quatro Personagens. O Construtor permite criar um prédio de produção. Quanto mais elaborado o produto, mais materiais são necessários para construí-lo. Há uma cadeia produtiva no jogo, então para fazer um Livro, além do prédio disponível, é necessário ter Papel, que é fabricado com Madeira. É possível erguer um prédio sem usar o Construtor, mas o jogador não ganha alguns bônus. Outro personagem é o Barqueiro, que entrega produtos aos Comerciantes que estão no rio. Cada Carta de Comerciante pede alguns tipos de mercadorias. O jogador que entregar mais produtos para o Comerciante, ganha a carta, que dá vantagens, além de Pontos de Vitória (PV). Dependendo de Cartas retiradas, um marcador de Barco avança pelos portos no rio, liberando mais cartas. Um dos gatilhos de Fim de Jogo é chegar ao sexto porto.

Outro Personagem é o Mercador, que permite alterar o preço dos bens, além de possibilita trocar um produto por outro. A última personagem é a Herbalista, onde o jogador pode fazer duas de três ações: Retirar Caixotes, para aumentar a produção de bens primários; Mover os fazendeiros, alterando a relação de produção entre os bens e; aumentar os pontos ganhos na Fase de Meditação.



Por fim, na terceira fase, os jogadores podem entregar um par de produtos específicos para uma das três guildas, recebendo dinheiro e/ou influência; ou um produto como presente para o grande Akbar. Os presentes rendem PVs no fim do jogo. Há um tabuleiro específico para as guildas, com a figura do Imperador acima (Nota da Sra. Slovic: É lindíssimo). Os outros dois gatilhos de término da partida é chegar ao oitavo nível de influência em uma das guildas ou fazer a sexta entrega.

- Ei, sabichão, você não falou de uma coisa.



Oras, Ullu ke pathe. Ainda não acabamos. Não falamos que Agra fica as margens do rio Yamuna (Nota da Sra. Slovic: que está representado no jogo) e é o segundo mais sagrado para o Hinduísmo. Além disso, o famoso palácio Taj Mahal foi construído na cidade, pelo imperador Shah Jahan. Também ainda não falamos que os Favores dão importantes bônus, sendo que podem ser usados como uma ação livre e que todos começam com mesmos três, mas a cada três níveis de influência nas guildas, o jogador ganha um exclusivo. E no fim do jogo, ganha quem tiver mais PVs.

No geral, Agra é um belo jogo. Ele é longo e pesado, não sendo recomendado para iniciantes (Nota do Sr. Slovic: Mas nada que impeça), mas é bem fluído, com turnos normalmente bem rápidos. A arte do tabuleiro espetacular e componentes de boa qualidade. Seus muitos pequenos detalhes podem afugentar quem não gosta de jogos mais densos. Há uma sequência lógica nas ações que ajudam o desenrolar do jogo, como um “caminho das pedras”, que pode dar uma vantagem quem já jogou, mas nada que uma boa estratégia não faça a diferença. Agra vem agregar uma nova safra de jogos baseados na cultura indiana, como Rajas of the Ganges. Namaskar!

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