A pista estava certa. A velha da
taverna disse a verdade e eu estava de frente aos portões de Azzurill, o
Destruidor. Agora era só enfrentar alguns percalços menores e ficar com o tesouro
de Raskan. O problema é que a velha era fofoqueira, e vários idiotas ouviram a história
e, pelos rastros, pelo menos um já estava lá dentro. A vida de um clérigo mercenário
nunca é fácil. Agora além de matar alguns monstros, tenho que me preocupar com intrometidos.
Bom, que o Grande Observador guie meu caminho, pois Masmorra de Dados já Tá na
Mesa!
Masmorra de Dados é um jogo lançado
em 2014 pelo trio Daniel Alves, Eurico Cunha Neto e Patrick Matheus. De 1 a 5 jogadores,
com duração média de 10 minutos por jogador, em Masmorra de Dados corajosos
aventureiros devem desbravar catacumbas e locais sombrios atrás de tesouros e,
principalmente, XP.
- XP, que droga é essa?
Não sabe, titica de Kobold? XP é
uma gíria advinda do RPG que significa Experiência. O objetivo de Masmorra é
ganhar o máximo de XP enfrentando monstros, desarmando armadilhas, explorando o
local, ganhando tesouros e sacaneando seus adversários. Uma das grandes sacadas
do jogo é que, em vez de usar tokens ou miniaturas, tudo, desde os personagens
até os monstros, é representado por dados, por isso o nome do jogo. E haja
dado. São muitos, mas muitos mesmo.
Para quem é fã de RPG,
principalmente no estilo D&D, vai se deliciar com os personagens. Todas as
classes icônicas estão presentes: Guerreiros, Magos, Clérigos e Ladinos, além
de Paladinos, Monges, Bardos, Druidas, Bárbaros e Rastreadores (Nota do Sr.
Slovic: em bom jargão D&D, Ranger!). Não faltou nenhuma classe básica do
D&D Terceira Edição!
- Odeio RPG! E tem que
representar nisso ai também, como se fosse elfinhos alegrinhos passando pela
floresta?
Nai Valaraukar tye-mátar, bastardo inglório! Não há o elemento de
representar (Nota da Sra. Slovic: O bom e velho roleplay). Como o nome já diz,
o jogo é para rolar dados e mais dados! Sim, são muitos dados! A mecânica é
muito parecida com King of Tokyo: Cada jogador, em seu turno, deve rolar seis
dados, podendo re-rolar mais duas vezes. Cada símbolo é uma ação diferente:
Bota para explorar, Espada e Arco para atacar, Escudo para se defender, Báculo
para cura e Livro para magia, que serve como um curinga. No inicio de seu
turno, o aventureiro deve rolar seus dados e resolvê-los.
Há três modos de jogo:
Competitivo (de dois a cinco jogadores), Cooperativo e Solo. As regras quase
não mudam de um modo para outro, só pequenos detalhes.
Cada personagem tem sua ficha e
já inicia com uma habilidade especial. Conforme ganha XP, ganha outras
habilidades (ao todo são quatro). Há também as cartas de tesouro, que concede
vantagens. Elas são ganham quando se derrota monstros ou podem ser compradas
por cinco moedas. A partida termina quando um jogador alcança a marca de 16 XP
ou é o único vivo na Masmorra.
O nome dos personagens é um, caso
a parte. Quem está já está a algum tempo nessa vida de gamer vai reconhecer
todas as referencias. Temos a clériga Joana Carcassonne, do monge Pandamic
Hanabi, os bardos Leovis Puerto Rico e Lotus Deepwater, o Rastreador Dixxit
Twilight...
No geral, Masmorra de Dados é um
ótimo jogo. Os componentes (dados, fichas, cartas, titles, moedas) foram feitos
com material de qualidade, a caixa, por exemplo, é bonita e sua gramatura é
digna da Fantasy Flight, mas em quase tudo há mais rebarbas do que o permitido.
O jogo foi lançado em estrondoso financiamento coletivo e já deu crias lá fora.
As regras são simples e fáceis de ensinar. Se você tem saudade de um bom RPG de
exploração, de uma boa olhada em Masmorras (Nota do Sr. Slovc: Assim como em Wrath of Ashardalon e Tiny Epic Quest, aquele Quest que vale a pena), pois você não vai se arrepender. Namárië, mesta an ni véla tye ento.
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