Tensão no ar. Em poucos segundos,
tudo que o quis da minha vida será colocado em prova. Os instrumentos estão
prontos, todos posicionados milimetricamente em sue lugar. O local está impecavelmente
limpo, por enquanto. Vejo o relógio e começo, já estou atrasada. O suor escorre pelo rosto. Escuto passos
atrás de mim. Serão eles que vão julgar meu trabalho. Em pouco tempo já sinto o
aroma da vitória. Vai dar certo! Mas nos momentos finais perco um pouco da concentração
quanto escuto em coro: “Vó, a macarronada vai demorar muito? A La Carte já Tá
na Mesa!”
A La Carte é um jogo lançado em
1989 por Karl-Heinz Schimel. De dois a quatro jogadores, com duração média de
30 minutos, o jogo consiste em uma competição culinária para determinar quem é
o melhor Chef de cozinha.
- Um jogo de modinha, só para
entrar na onda do Master Chef!
Outro dessa geração que não sabe
interpretar textos simples. Ele tem quase 30 anos, rascunho de gente, e a expansão
é de 2010. A La Carte é um divertido
jogo de destreza, onde os jogadores devem colocar em panelas os ingredientes
dos pratos que desejam preparar. As peças do jogo são muito legais. Realmente
há pequenas panelas, frascos com temperos diversos, lixeiras, colheres e
fogões. A arte é bem legal. As colheres servem para duas coisas: indicar
quantas ações o jogador ainda tem (sempre que fizer uma ação, passe uma colher
para o próximo jogador) e para apressar o pessoal mais devagar, batendo na mesa
(Nota do Casal Slovic: Vai Wiliam!!!).
Há vários tipos de pratos (Nota da
Sra. Slovic: Todos com nomes engraçados), divididos em quatro grupos por sua
complexidade. Cada ficha de prato indica o tipo e quantidade exata de
ingredientes e a faixa de temperatura para repará-los. Há quatro tipos de
ingredientes, um de cada cor (vermelho, preto, amarelo e verde), dividido um frasco
para cada, porém em todos os frascos há um pouco de sal. O jogo consiste em
escolher um prato e colocar os ingredientes no prato de acordo com a receita.
- Só isso? Isso não é jogo. É brincar
de casinha.
Volta assistir Mais Você, Zeca
Bordoada, que eu sei que você não perde um. Como em todo jogo, há regras. Há
uma maneira certa de tentar colocar os ingredientes na panela, que consiste em
um giro com o punho, sem mover o braço (Nota do Sr. Slovic: Parece complicado,
mas o manual explica direitinho como se faz) e só pode ser feito com esse
movimento. Qualquer outro não vale. Não importa se o ingrediente caiu na panela
ou fora, se saiu do frasco é considerado dentro. O problema é que o excesso
pode estragar o prato, seja do ingrediente ou de sal. Se há mais de três pedras
na mesma cor (ou duas brancas), o prato deve ser descartado.
No começo do turno é jogado um
dado para determinar quanto à temperatura do fogão vai aumentar. Se passar do
valor que está na receita, a comida queimou e também deve ser descartada. E
como existe uma face que faz todos os jogadores aumentarem a temperatura, seu
prato pode ficar arruinado por causa dos outros. Além de aumentar a
temperatura, com o dado o jogador pode ganhar xícaras de café, que dão bônus ou
Pontos de Vitória. É possível jogar várias xícaras no seu turno. Se o prato é feito
exatamente conforme a receita, ele é considerado perfeito e o jogador ganha uma
Estrela. Se o prato tiver um pouco de sal ou um pouco de ingredientes a mais, ele
é finalizado, mas não ganha estrela. Quando alguém consegue a terceira, vence o
jogo imediatamente. Outro gatilho de fim de jogo é fazer um prato de cada tipo.
Quando isso acontece, vence tem tiver mais pontos.
No geral, A La Carte é um bom
jogo, mas não para todos os públicos. Tem gente que ama, tem outros que odeiam.
Não é todo mundo que tem coordenação motora e/ou paciência para ele (Nota do
Sr. Slovic: Mesmo que você seja tão descoordenado quanto eu, pode vir a gostar.
Eu adoro). Há também um prato especial, o famoso Crepe Suzette, onde o jogador
deve com um único movimento fazer a ficha que está dentro na panela virar para
o outro lado. Não conta como um dos quatro pratos para determinar fim de jogo,
mas dá muitos pontos. Agora, três, dois, um... Mãos para cima. Acabou o tempo.
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