Era
uma vez, em um mundo distante, uma Jovem perdida em um labirinto vendo uma
Lagarta enrolada em seu casulo virando uma borboleta, enquanto ao longe um Gato
trama algo junto com um Senhor perdido pela insanidade de uma Megera que manda
seus bonecos a todos os cantos para vigiar um Coelho, que corre junto com
crianças para achar uma Jovem perdida em um labirinto... E antes de tudo caia pelo buraco da toca e o
chá esfrie, venha, por Sonhando com Alice Tá na Mesa!
Sonhando
com Alice é um jogo de 2016, criado por Daniel Alves e arte de Arthur Mask. De
dois a quanto (ou cinco) participantes, com duração média de 60 minutos, os
jogadores são crianças perdidas no País das Maravilhas tentando voltar para
casa.
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Joguinho para crianças. Deve ser igual ao ludo.
Longe
disso, seu velhaco apedeuta! Sonhando com Alice pode ter uma arte que engana,
com um toque infantil, mas é um jogo dinâmico, onde uma escolha errada pode ser
a diferença entre a derrota e a vitória. O tabuleiro representa um mapa e é
dividido em seis áreas, cada uma representada por um personagem icônico da mais
famosa história de Charles Lutwidge Dodgson (Nota da Sra. Slovic: Mais
conhecido como Lewis Carroll, além de escritor, também foi matemático e
pintor): O Gato, a Lagarta, o Chapeleiro, A Rainha de Copas, o Coelho Branco e,
é claro, Alice.
Os
dados também são lindos. Há seis cores de dados (preto, rosa, azul, amarelo,
verde e lilás) e cada face tem o símbolo de uma área do tabuleiro. No início do
turno, o primeiro jogador lança os dados (A quantidade de dados varia conforme
o número de jogadores) e coloca os dados no tabuleiro conforme o símbolo. Em
ordem, cada jogador escolhe uma área e pega todos os dados que estão nela. Cada
personagem faz uma ação diferente, que também aria de intensidade conforme a
quantidade e cor dos dados. O Chapeleiro e o Gato dão cartas bônus, o Coelho e
a Lagarta andam pelos suas respectivas trilhas de pontuação, a Rainha espalha
seus soldados pelo mapa e Alice ajuda a completar Desafios. O jogo termina
quando um dos gatilhos de fim de partida é acionado: Alguém chega ao fim da
Trilha do Coelho ou da Lagarta, todos os Soldados da Rainha do jogador são
colocados no tabuleiro ou completa-se cinco Desafios da Alice. O vencedor será
aquele com mais pontos. Cada jogador escolhe uma das Crianças perdidas no
reino. Cada uma tem uma habilidade especial única, que é acionada sempre que o
jogador consegue pegar seis dados de uma só vez.
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Parece bom, mas ouvi falar que foi por Financiamento Coletivo. Isso não dá
certo na Brasil.
E
quem disse que não dá certo, Boneco de Cera de Vela? Há vários jogos que
vingaram, como WarZoo, Midgard, Masmorra de Dados, Runicard (Nota do Sr.
Slovic: Estamos falando só do Batalhas pela Terra do Fogo, OK?) e vários
outros. Mas também tem alguns que não deram certo, são fracos ou meros plágios
e que você deve fugir, assim como o demônio foge da igreja.
No
geral, Sonhando com Alice é um jogo surpreendente. A arte é linda, lembra muito
Tokaido (Nota da Sra. Slovic: E ser comparada com Tokaido é um grande elogio,
mesmo que muitos digam o contrário), e está no contexto do jogo. Sim, é
infantil, mas o tema é esse, crianças tentando escapar do País das Maravilhas.
Os dados e cartas são de qualidade muito boa (Nota do Sr. Slovic: O que prova o
quanto a indústria do boardgame nacional evoluiu em um ano), assim como os
todos os componentes. Faça um favor a si e experimente. Não se deixe levar por
imagens fofinhas, Sonhando com Alice não é um jogo infantil como Boca Rica,
Fábulas Fantásticas ou Dino Race (Nota do Sr. Slovic: Não que Dino Race seja
ruim. Eu particularmente adoro), mas sim bem estratégico temático e
extraordinariamente fácil de aprender. Agora, deixe-me continuar a sonhar...
Adorei esse jogo! Estou louco para jogar ele mais vezes!
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