Desde sempre as grandes
propriedades, os principais palácios, as casas do dono do poder, possuem uma
espécie de tela em branco, na qual artistas habilidosos conseguem expressar o máximo
de sua arte, moldando seu trabalho organicamente. Cores e odores espalham,
quando simples pessoas se transformam em grandes mestres. E nós, daqui de cima,
no frescor da varanda, podemos apreciar toda a magnificência da obra viva, pois
Gardens Tá na Mesa!
Gardens foi lançado em 2014 e
imediatamente já publicado aqui no Brasil pela Devir. Criado por Perepau
Llistosella, para dois a quatro jogadores, com duração média de 45 minutos,
Gardens lembre muito Carcassonne, com a mesma mecânica de colocação de tiles,
mas em vez de construir paisagens francesas, os jogadores criam um belo jardim.
- Joguinho de florzinha? Mas que
meiguinho! Que cuti, cutinho!
Menos, Dente de Leão! Gardens é um
jogo bonito e simples (Nota do Sr. Slovic: Mas não simplório. Longe disso).
Assim como em Carcassonne, em cada rodada o jogador sorteia um tile (Nota da
Sra. Slovic: Em português, telha ou lajota. Pequenas peças quadradas que, no
fim, formam o tabuleiro do jogo), que representa um terreno, e deve encaixá-lo
em alguma parte do tabuleiro. Assim como Carcassonne, há regras onde a peça
pode ser colocada. Mas as semelhanças com Carcassonne terminam aqui. Em vez de cidades, monastérios, campos e
estradas, temos calçadas, canteiros e lagos. Gardens é, ao mesmo tempo, mais
complexo e mais simples que Carcassonne (Nota do Casal Slovic: Prometemos não
falar mais de Carcassonne até o final).
Em Gardens há uma grande peça
central, onde os peões de jardineiros começam. Para colocar um novo terreno na
mesa, o jardineiro deve conseguir caminhar pelas calçadas até o local onde será
colocada a peça. Se não conseguir, o jogador pode por em jogo um segundo peão.
Se mesmo assim não for possível colocar a peça, o terreno deve ser descartado,
um peão de jardineiro é retirado e o jogador passa a vez. Mesmo com dois
jardineiros em jogo, na rodada somente uma peça poderá ser colocada.
Cada jogador tem uma cor, que
representa sua flor favorita de seu jardineiro. Quatro terrenos juntos formam
um canteiro de flores. Tem tiver a cor predominante nesse canteiro põe um de
seus marcadores. (Nota da Sr. Slovic: Ninguém leva o empate). Quando o oitavo
marcador de um mesmo jogador for colocado, inicia-se a última rodada. Vence
aquele que tiver mais marcadores em campo.
- Só isso? Que ridículo.
Calma, Maria Sem Vergonha. Gardens
não tem segredos na hora de aprender as regras, mas quando se jogo, a história
é outra. (Nota do Sr. Slovic: Bloqueios de jardineiros, pontuar na jogada dos
outros, deixar os outros fazerem seu trabalho... Tudo isso é possível e só se
aprende com o tempo). O jogo é um belo quebra-cabeça. Belo em vários
sentidos...
No geral, Gardens é um jogo fácil,
rápido e descompromissado. Excelente para apresentar o hobby para quem só
conhece Jogo da Vida ou Detetive (Nota da Sra. Slovic: Às vezes, nem isso
conhecem), mas isso não é demérito nenhum. Há uma boa dose de estratégia, assim
como em Carcassonne (Nota do Casal Slovic: Não descumprimos nossa promessa de
não mais citar Carcassonne. Como todos deveriam saber, o parágrafo “No geral” é
sempre o último. Então estamos no final). Todos vão gostar. O tema não é muito
usual, mas se encaixa muito bem. Gardens é daqueles jogos que todo mundo quer
tirar foto do tabuleiro depois da partida. Preparado para a vinda das
borboletas?
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