Mariposas

O quão efêmera é a vida de uma borboleta? Dias, semanas? Não importa. São criaturas fascinantes. A espécie monarca, por exemplo, migra todo verão do norte do México até o sul do Canadá e no inverno faz o caminho inverso, primeiro fugindo do calor mexicano e depois do frio polar. Então amigos, vamos junto com essas bela criaturas. Mariposas Tá na Mesa!

Mariposas é um jogo de 2020 lançado por Elizabeth Hargrave. De dois a quatro jogadores, com duração média de 75 minutos, em Mariposas os jogadores controlam a migração nas borboletas pela América do Norte.

- É hoje eu me vingo! A criatura falou o jogo é sobre borboletas, então por que se chama Mariposas? Não sabe que são bicho diferentes? Vai estudar zoologia.

Não é que o projeto de Digitonthophagus gazella quem ficou sabichão em biologia. Não é uma gracinha, mas está errado! (Nota do Sr. Slovic: Quem conhece Two Stupid Dogs, imagine o Hollywood soltando seu bordão). Mariposas é o nome em espanhol para a Borboleta Monarca. E já que o ciclo migratório começa no México, nada mais justo dar esse nome ao jogo. No início...

- Agora quer me enganar que uma mísera borboleta vai do México ao Canadá e volta! Insetinho imortal esse.

Já vi que hoje você realmente não vai dos deixar em paz, né Kenny Fowler? Ninguém disse que as mesas borboletas que saem do México, são as que voltam. Na verdade isso é impossível tanto pela distância quanto pelo tempo de vida das Monarcas. O que estudos científicos apontam é que somente a quarta geração das borboletas que saíram consegue completar a migração. No início da partida todos começam com uma borboleta, chamada de primeira geração. Coletando pólen, é possível criar uma segunda geração de Monarcas. Isso é importante no fim da quarta rodada, quando consideramos que a primavera terminou, todas as borboletas de primeira geração morrem (Nota da Sra. Slovic: Não fique triste. Elas só saem do tabuleiro). No fim do verão a segunda geração morre e no fim do outono acaba o jogo, mas só se pontua com as borboletas de quarta geração que voltarem para o México.

Outra forma de se pontuar é conseguindo achar os tokens das Cartas de Ciclo da Vida, que ficam nas cidades do mapa. Quando se fecha o clico com cartas da mesma cor, o jogador consegue um bônus. Outra maneira é estar em determinados pontos do mapa no fim de cada estação, que são indicados na Carta de Objetivo de cada estação.

- Então o jogo é só sobre passear com borboletinhas por aí? Tô fora.

Síndrome de machão nesta aluta do campeonato? Que fora, Coccinella septempuctata. Mas em uma coisa você está certo. O jogo é justamente sobre isso. O movimento das borboletas se dá através de cartas, que indicam quantas borboletas podem se mover no turno e por quantos espaços. Quando a Mariposa pousa em um local adjacente a uma flor, o jogador pode recolher aquele tipo de pólen e quando para em um espaço de cidade, consegue o bônus correspondente daquele espaço. No fim do outono, quem tiver mais pontos ganha a partida.

No geral, Mariposas pé um jogo muito bom de jogar. É acessível para quase todas as idades, com suas regras simples e sua arte encantadora. É uma boa aula pronta de ciências e biologia, ensinando sobre migração e ciclo de vida das borboletas. A autora estudou muito sobre a Danaus plexippus antes de criar o jogo (Nota da Sra. Sloivc: Outro grande jogo da Hargrave é Wingspan, que também é uma aula, só que de ornitologia). No manual tem textos muito importantes sobre as borboletes e como elas estão a beira da extinção (Nota do Sr. Slovic: Agora, se você é um negacionista que não acredita nesse papo de extinção, aquecimento global, vacinas… Só lamento. Por você e todos nós). Os tokens que representas as Mariposas são no formato delas (Nota da Sra. Slovic: Que coisinha mais fofa!) são só uma amostra do capricho na arte do jogo. Mariposas, um jogo bonito, educativo e estratégico. Podemos pedir mais?

E é isso aí!