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quinta-feira, 9 de maio de 2019

Luxor


A câmara principal estava a poucos metros de ser alcançada. O ar era carregado, como se ninguém o respirasse a pelo menos três mil anos, o que era verdade. Uma coleção inestimável de relíquias já tinha sido encontrada nos intricados labirintos do complexo, mas a joia da coroa estava literalmente atrás daquelas portas de pedra. O sarcófago, com certeza estava escondido ali. Quem sabe o que iriamos descobrir? Só lembro de uma estranha luz vinda do interior da câmara aberta, sons aterrorizantes um odor pútrido. Agora meramente existo na escuridão, junto com meus companheiros, e de tantos outros antes de nós, só a espera dos próximos incautos. Luxor Tá na Mesa!



Luxor é um jogo de 2018 criado por Rüdiger Dorn. De dois a quatro jogadores, com duração média de 45 minutos, em Luxor os jogadores controlam uma equipe de escavadores buscando tesouros em uma pirâmide perdida.

- Com um tema desse o jogo deve ser chato e bem complicado.

Caro amigo, você está mais perdido que camelo na Antártida. O jogo é tão bom que foi indicado ao Spiel der Jahres de 2018. As regras são simples. Os jogadores começam com três membros da expedição na porta do templo e, conforme avançam pelo tabuleiro, novos membros surgem. A movimentação é feita através de cartas, que normalmente tem valores de um a cinco (Nota da Sra. Slovic: Há cartas que o valor depende do resultado do dado, cartas que te fazem voltar um espaço e outras, no baralho especial, que dão movimentação especial). Os jogadores sempre terão cinco cartas em mãos. Toda rodada uma carta é usada e uma nova é comprada. Uma interessante sacada do jogo é que as cartas, uma vez na mão, não podem ser trocadas de lugar e só se pode jogar uma das cartas que estão nas pontas (Nota do Sr. Slovic: Mais à esquerda ou mais à direita). E a carta comprada obrigatoriamente deve ser colocada no meio.



Há um único caminho que leva até a câmara central, mas os tesouros são colocados aleatoriamente, deixando uma partida diferente da outra. Para pegar o marcador de tesouro o jogador deve posicionar um número determinado de meeples sobre ele. O marcador indica a quantidade. Assim que o tesouro é pego, se tiver um símbolo de animal no local, um novo marcador entre, desta vez um de bônus. Ao ultrapassar certos pontos, o jogador ganha novos meeples para movimentar. O jogo termina quando dois jogadores alcançarem a câmara central.

- Então é só uma simples corridinha?

Não subestime o jogo, sabichão. Assim como A Lebre e a Tartaruga (Nota da Sra. Slovic: Vencedor do Spiel der Jahres de 1979), uma “simples corridinha” pode esconder belas surpresas. Nos dois jogos, é importante administrar bem as cartas que tem na mão. Se você sair em disparada sem planejamento, vai perder feio em ambos. Luxor pode até terminar quando dois chegarem ao centro da pirâmide, mas o vencedor será quem tiver mais Pontos de Vitória (PV), mesmo que não tenha alcançado o lugar.



A pontuação é calculada a partir de quantos conjuntos dos três tipos de tesouros (vaso, estátua e colar)  o jogador tem, da posição de todos os membros de sua expedição no tabuleiro e os pontos individuas de cada tesouro, não os três que formam os conjuntos, mas também dos escaravelhos de ouro, chaves e do sarcófago (Nota do Sr. Slovic: Que só quem chega a câmara central consegue).

Durante o percurso há outros tiles que não são de tesouro. Tem os que dão mais movimentos, os (já citados) de bônus e o que dá a possibilidade de conseguir cartas especiais ou uma chave, que é necessária para acessar a sala do sarcófago. Além disso, o valor da carta usada no movimento deve ser4 exata, ou seja, se você está a três espaços da sala central, é preciso usar uma carta de valor três. Não pode ser maior.



No geral, Luxor é um jogo surpreendentemente divertido. Não se deixa levar pela pretensa simplicidade, ele não é tão trivial como parece. É um jogo que deve agradar (quase) todo tipo de público, desde que quem está entrando no hobby até os veteranos amantes de Twilight Imperium ou Die Macher. Ele não é tão imersivo, mas dá para se sentir como um certo Doutor Jones...

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