No
começo só havia uma folha em branco. Daí, os rabiscos começaram. Retas
paralelas cruzavam com outras paralelas, formando um retângulo. Isso já era um
bom começo, mas depois continuei com as retas, curvas, ângulos retos, agudos,
de todos os tipos. E o que no princípio era o nada, tomava forma. Sala,
quartos, cozinha, uma bela suíte com banheira, quintal com espaço suficiente
para uma grande e frondosa árvore um com uma bela casinha de madeira, como
sempre quis. A casa dos sonhos estava pronta. Pelo menos no projeto. A vida de
um arquiteto pode não ser das mais fáceis, mas tem essas recompensas.
Principalmente quando se projeta a própria casa. E pelo menos para mim, Dream
Home Tá na Mesa!
Dream
Home é um simpático jogo lançado em 2016 por Klemens Kalicki. De dois a quatro
jogadores, com duração média de 30 min, o objetivo do jogo é montar a melhor
casa.
-
Sério que vamos brincar de casinha?
É
isso mesmo! Parabéns você finalmente acertou. É só isso mesmo.
Não.
Foi sarcasmo. Achei já estava acostumado.
-
Sabia que o sarcasmo é a arma do idiota?
Bom,
você deve saber, já que especialista em idiotice. (Nota da Sra. Slovic: Na
verdade, tanto a Ironia quanto o Sarcasmo são figuras de linguagem
sofisticadas, dificilmente usadas por idiotas. A diferença entre elas é muito
sutil: Enquanto a ironia é usada em tom de critica ou censura, o sarcasmo é
mais voltado para a provocação). E Dream Home não é brincar de casinha, mas sim
um jogo com regras bem simples e muito gostoso de jogar.
Cada
jogador tem um tabuleiro individual, onde montará sua casa com as cartas de
cômodo que compra no tabuleiro principal. Em todos os turnos o jogador deve
escolher uma coluna de cartas no tabuleiro principal e ficar com todas. Cada
coluna normalmente tem duas cartas (uma de cômodo e outra de decoração,
telhado, ferramentas ou ajudante), exceto a primeira que só tem uma de Cômodo,
mas quem a escolher se torna o primeiro jogador no próximo turno.
Parece
um jogo bobo, onde só se compra cartas aleatórias, mas a escolha das cartas
influi muito na pontuação final do jogo. O tabuleiro individual é dividido em
três partes, cada um representando um andar (Cinco espaços no térreo, cinco no
primeiro andar e dois no subsolo). Não se pode colocar cartas em espaços que
não tenham cartas no andar de baixo (Nota do Sr. Slovic: Assim como na vida
real, não posso construir um banheiro no primeiro andar se não houver nada para
sustentá-lo embaixo). Há também combos, descritos nas cartas. Por exemplo, uma
carta de sala vale 1 ponto, mas se há três salas uma do lado da outra, ou seja,
uma mega sala, são 9 pontos!! E algumas cartas, como os banheiros, não pode
ficar juntas, mas se há banheiros no térreo e piso superior, isso dá mais
pontos no final. E as cartas de decoração são móveis e itens que só podem ser
colocados em determinados cômodos (Nota da Sra. Slovic: Fica estranho um piano
no banheiro ou uma hidromassagem na cozinha). O jogo termina quanto todos completam
o tabuleiro individual, quando compram o décimo segundo cômodo.
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Jogo bobo. Realmente é ficar brincando de casinha.
Já
esqueceu tudo que dissemos? Volte a tomar seu remédio controlado, por favor! As
ferramentas servem para alterar as regras do jogo, como por exemplo, trocar
duas cartas no tabuleiro principal antes da compra. Já os ajudantes só
funcionam no fim do jogo, dando pontuação extra, ou permitindo que troco dois
cômodos de lugar ou pegar uma carta do descarte e colocar em um espaço vazio da
casa. (Nota do Sr. Slovic: Espaços vazios ocorrem quando um jogador compra uma
carta que não pode usar, como um terceiro porão. Como todos devem comprar 12
cartas, essa é colocada virada no lado do verso, que representa um cômodo
vazio, que não dá pontos no final). No fim do jogo, além dos pontos das cartas,
decoração e ajudantes, há também por telhado. Se um jogador compra quatro
cartas de telhado, ganha 3 pontos. Se todas as cartas são da mesma cor, são
mais 5 pontos.
No
geral, Dream Home é um ótimo jogo para todas as idades. Sim, a princípio parece
que só sua filha ou sobrinha vai gostar, mas não caia nesse preconceito. Os
combos deixam o jogo estratégico e tenso: Comprar logo a segunda sala, começar
uma cozinha ou pegar o primeiro jogador e ter mais escolhas na próxima rodada?
Não preciso de mais um quarto, mas ele vem com a carta da Arquiteta.... São
inúmeras decisões. E o jogo é leve o suficiente para agradar seus amigos que
não estão acostumados com jogos mais complexos e também para se divertir com a
criançada. A única ressalva são os textos em inglês nas cartas dos ajudantes,
mas nada que atrapalhe. São textos pequenos e de fácil compreensão. Agora,
vamos brincar a Casa dos Sonhos?
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