Cuidado, forasteiros. Não
gostamos de desconhecidos em nossa pacata cidade. Qualquer um pode esconder sua
real identidade. Não seria você um procurado fora da lei ou, pior, um bastardo
renegado que só vive para ficar no lugar de nosso amado xerife? Vou ficar de
olho em você, mas venha ao meu salon. Temos salsa parrilha para matar sua sede
e Bang! Tá na Mesa!.
Bang! é um jogo de cartas, de
quatro a sete jogadores, com duração média de trinta minutos, criado em 2002
por Emiliano Sciarra e lançado em 2014 no Brasil pela Grow. Ambientado no velho
oeste americano, onde o xerife era o representante máximo da lei e onde
bandoleiros procuravam por lucro rápido, onde a vida pouco valia e tudo era
resolvido em um duelo ao por do Sol. Há três tipos de cartas no jogo: eventos,
profissões e personagens. Os últimos dois são sorteados no início da partida e
as outros ficam em um monte no meio da mesa, onde a cada rodada sacam-se
algumas.
- Então posso ser um cowboy?
Não, mas pode ser o parasita do
filho da cow, estrupício! Em Bang! há quatro profissões: Xerife, Ajudante do
Xerife, Fora da Lei e Renegado, sendo que em uma partida com quatro jogadores
não há nenhum Ajudante. Cada papel tem um objetivo diferente: O Xerife deve
manter a ordem, eliminando todos os bandidos; os Fora da Lei querem matar o
Xerife; o Renegado deve eliminar todos os jogadores, exceto o Xerife, para
poder duelar sozinho com ele e ganhar.
- E o ajudante?
Ajudante deve ajudar o Xerife
(dãããã!!!), se o Xerife ganha ele também ganha, mesmo se já estiver morto
(Parabéns, Sandro! Você ganhou também!).
Somente o Xerife revela sua
carta, todos os outros jogam em segredo. Já as cartas de personagem dão ao
jogador uma habilidade extra, como ter uma mira mais apurada ou ser mais
difícil de atingir com um tiro. São vários personagens, com nomes famosos dos
filmes de faroeste. E os eventos são itens, armas, situações (como ataque dos
Índios), lugares (cadeia e mercearia) e objetos comuns em cidades do velho
oeste. Em seu turno, o jogador pode jogar quantas cartas ele puder, sendo que
as com borda marrons são resolvidas na hora
e as azuis são itens que ficam com ele até o fim do jogo. Todos já
começam com uma pistola (Lógico, são todos personagem de faroeste!) e não se
pode ter mais de uma arma (a antiga deve ser descartada).
Uma particularidade do jogo é o
alcance da arma. A de início tem um de alcance, o que significa que você só
pode atirar em jogadores que estiverem do seu lado (na frente, não). Para
acertar os outros personagens, é necessário armas com alcance maior ou itens
que melhorem sua mira. (Nota da Sra. Slovic: o contrário, itens que aumentam
sua distância em relação aos outros, também existem. Na primeira vez que
jogamos consegui um combo que me deixava a três espaços de quem estava do meu
lado. Ninguém me acertava).
Cada jogador começa com pontos de
vida determinados pela carta de Personagem (o Xerife tem um ponto a mais). Cada
tiro que você leva, reduz seu PV em um e, chegando a zero, você está fora de
jogo. Sim, há itens que recuperam sua vitalidade. E sobre o tiro, que é
representada por uma carta chamada Bang!, só é possível usar um por rodada
(Nota do Sr. Slovic: Sim, há itens e, principalmente personagens, que permitem
mais de um Bang! por turno. Ai sim a coisa fica interessante). Há também outras
cartas de eventos que causam dano, como Índios! e a tão amada e infame
dinamite...
No geral, Bang! é um excelente
party game. Divertido e dinâmico. Não é porque não está na sua vez que você não
jogo. A qualquer momento qualquer um pode te dar um tiro (ou mais). Um grande
ponto negativo do jogo é o fator de eliminação (tão presente nos jogos antigos
como War). Pode ser uma longa espera sem muito o que fazer até a partida
terminar, mas que não estraga o jogo. Há muitas e muitas versões e expansões do
jogo. (Nota do Sra Slovic: até mesmo uma ambientada em The Walking Dead). A
Grow já lançou duas versões em terras Tupiniquins: uma pocket, igual a um Super
Trunfo, bem barata e acessível e a versão padrão em caixa, um pouco mais cara,
mas com maior qualidade.
Meu caro Tonto, ninguém precisa
disso, mas é uma boa estratégia da Grow, que permite que você leve a versão
mais barata em um churrasco com seus amigos não gamers ou com os sobrinhos, sem
o medo de encontrar manchas de gordura, rasgos e outras coisas inomináveis em
seu belo jogo. Além disso quem sabe um dia não seremos agraciados com a versão
Bullet, quem vem com todos as expansões em uma belíssima lata em formato de
bala (bala de resolver, não o doce, seu gordinho sacripantas!). Além de várias
expansões, foi lançada uma versão Dice. Quem sabe a Grow também não a traga?
Nenhum comentário:
Postar um comentário