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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Trench Tá na Mesa!

Mesmo estando em um buraco escavado no chão, posso vê-los, assim como eles podem nos ver com certeza, apesar da distância. Os dias passando lentamente, o que só faz a tensão aumentar. Apesar de estarmos protegidos dos rifles, sabemos que a qualquer momento a pontaria da artilharia inimiga pode ser fatal. As únicas duas coisas que podemos esperar é que nossa artilharia acerte primeiro e que a noite seja tranquila, pois Trench Tá na Mesa!



Trench, criado em 2013 por Rui Alípio Monteiro, é considerado por muitos, inclusive pelo Casal Slovic, como o xadrez do século XXI, mas com um design moderno e inovador. Aliás, a Sra. Slovic convida-os a visitar a página do Trench no Brasil e ver as fotos dos móveis e quadros inspirados no tabuleiro do jogo! Nosso amigo português não só criou um ótimo jogo, criou uma obra de arte.

- Jogo português com esse nome? Deve ser cópia de algo gringo.

Só pode ser uma anedota de um totó, seu aldrabão. Se não sabe, Trench vem de trincheira. O jogo foi inspirado nas batalhas ocorridas durante a Primeira Guerra Mundial (Nota do Sr. Slovic: Por acaso, o centenário do início da Primeira Grande Guerra é agora em 2014), onde a infantaria se protegia em longas linhas de trincheiras, que eram escavações na terra que se estendiam por longas extensões.
O tabuleiro é muito parecido com o do xadrez, porem com duas grandes diferenças: se joga na diagonal (como um losango) e, no centro, há uma linha divisória que representa a trincheira. Há cinco tipos de peças, representando as patentes militares: Soldado, Sargento, Capitão, Coronel e General, cada uma com um tipo de movimentação única, sendo que o General é o único que pode se movimentar em qualquer direção. Diferente do xadrez, o objetivo não é capturar o general adversário, mas sim todas suas unidades. O jogo termina após duas partidas, onde o vencedor é aquele que capturou mais unidades inimigas. Cada tipo de unidade dá um pontuação pela captura.  

A trincheira, representada pela linha que divide o tabuleiro em dois campos, dá um sabor especial ao jogo. Uma unidade dentro da trincheira não pode ser atacada pelo adversário, a não ser que o atacante esteja no território do oponente, proporcionando uma defesa bem sólida e simulando bem a Guerra de Trincheiras, onde tirar um inimigo da trincheira era algo extremamente difícil e cada pequeno avanço era uma grande vitória. As únicas peças que podem se movimentar pela trincheira são o Coronel e o General.

- Deve ser difícil. Jogo de Nerd!

Ora, pois! Seu saiolo parvalhão! Trench é um jogo elegante de regras simples. Claro que, assim como o xadrez, o jogo é taticamente complexo. O formato e cores das peças as tornam camufladas no tabuleiro, dificultando ainda mais a partida, pois um mero Soldado inimigo pode estar ao lado do seu General e você nem perceber.




No geral, Trench é um jogo fantástico, que já está sendo usado por várias escolas em Portugal no lugar do xadrez (Nota da Sra. Slovic: aguarde um artigo do Grupo Jedai sobre o assunto). Nas palavras do autor, Trench é um tributo para todos que lutaram bravamente para manter ou conquistar um pequeno palmo de terra, sofrendo e perecendo por ela. Trench é um jogo de guerra cruel, onde um pequeno deslize traz o amargo gosto da derrota.


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