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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Domus Domini

Antes do Sol nascer na Borgonha, já é possível ouvir as rezas matinais. Após a missa, muitos irão para o campo, onde alguns ajudantes já estão. Outros irão fabricar queijo ou cerveja. Poucos ficaram com a pequena horta. E isso se repete por todos os monastérios da região. Uma vida laboriosa é o caminho a ser seguido. E antes que o dia se encerre, Domus Domini Tá na Mesa!



Domus Domini é um jogo lançado em 2015 por Heins-Georg Thiemann. De dois a seis jogadores, com duração média de 25 minutos por jogador, em Domus Domini os jogadores são chefes de monastérios que devem expandi-los e mandar sua produção para o Abade.

- Eu tenho que produzir e mandar tudo para outra pessoa que em trabalhou? Isso não é legal quando fazem comigo.



Claro que não é legal, Camarada. Isso é sacanagem, mas a história por trás do jogo é outra: No século XII, quando o Venerável Pedro assumiu a Abadia de Cluny, percebeu o estado miserável dos monastérios da região e decidiu que todos deveriam ajudar na recuperação. Então, todo o ano os Administradores deveriam mandar grande parte da sua produção até Cluny e a renda seria distribuída a todos, indo a maior parte para os mais necessitados (Nota do Sr. Slovic: Isso é um fato histórico). No jogo, quem contribuiu com mais ganha mais Pontos de Vitória (Pvs) e quem contribuiu menos, ganha recursos.

A partida dura cinco turnos, cada um dividido em sete fases. Na primeira decide-se quem será o primeiro jogador. Diferente da maioria dos jogos, em Domus, pode não ser tão interessante ser o primeiro a jogar na rodada. Quem fica com o marcador pode pagar uma moeda e passar o marcador para o jogador da sua esquerda. Se esse quiser ficar como Primeiro Jogador, pega todas as moedas. Depois a carta de bônus é revelada.



Na segunda fase, começando com o Primeiro Jogador, todos podem contratar um Administrador. Há três tipos: o Agricultor, o Queijeiro e o Cervejeiro. Cada um dá uma bonificação diferente e confere Pontos de Trilha (Pts) no fim da rodada, que variam de dez a cento e oitenta, dependendo da carta. Ainda nesta fase, se colhe as hortaliças, pega-se o juros do empréstimo e, o melhor de cada melhoria fica com as cartas de Vagão, Guarda e Bêbado (Nota da Sra. Slovic: Como na primeira rodada ninguém tem trabalhadores na horta, nem emprestou dinheiro e todas as melhorias estão no início, ignora-se essa parte). Também é possível comprar hortaliças.

Já na terceira fase, o jogador tem várias opções: ampliar as benfeitorias do monastério (plantação, cervejaria e fábrica de queijos), construir a capela, criar cachorros, contratar novos trabalhadores, fazer casas de cachorro, emprestar dinheiro e alocar (ou desalocar) os trabalhadores na capela ou horta. Depois que o jogador fizer tudo o que quer (Dica da Sra. Slovic: Ou só pode. Aqui o cobertor é bem curto), já é calculados os Pts, levando em conta as melhorias, capela com trabalhadores, carta de Administrador, carta de bônus da rodada e casa de cachorro. Aqui está uma desvantagem de ser o primeiro. Os outros, vendo o que você fez, já se adaptam para serem melhores. Ou piores.


- E para que vou ser pior que alguém?

Achei que já estivesse acostumado com isso. Mas em todo o caso, depois que todos pontuaram na Trilha, já na quarta fase, seguindo a ordem do turno, cada um pode usar seus trabalhadores ociosos para tirar dez Pts por trabalhador de algum adversário (Dica do Sr. Slovic: Por isso, as vezes, é bom desalocar alguns na fase anterior). Mas só pode atacar alguém que esteja na frente da Trilha. É possível usar os cachorros e o Guarda para se defender. Ser o último nessa fase é bom, pois a maioria já deve ter gasto toda sua defesa contra os outros, deixando o caminho livre. Já a carta do Bêbado, que só pode ser usada nessa fase, permite um ataque a qualquer jogador (Dica da Sra. Slovic: Pode ser usada inclusive com quem por último na Trilha!). Na quinta fase, todos podem gastar hortaliças para ganhar mais dez Pts. E quem tiver a carta do Vagão ganha mais trinta Pts. Esses pontos não podem ser mais perdidos. Por fim alimentam-se os trabalhadores ociosos que sobraram. Cada grupo de três come uma hortaliça.

Na sexta fase os Pontos de Trilha são transformados em Pontos de Vitória, na base de dez para um. E na ultima, recebe-se o dinheiro do Abade. Quem tiver mais atrás na Trilha recebe mais. E um novo turno inicia-se.



O jogo tem dois módulos variantes: a Carta de Evento, que é sorteada na segunda fase e altera algumas regras, como alteração na sequencia das fases (com a quinta ocorrendo antes da quarta) ou aumentando o valor pago pelo Abade. E o Roubo, que só começa a partir do segundo turno. Quatro peças de árvores são colocadas na Trilha, nos quatro espaços logo atrás do primeiro colocado da rodada. Na rodada seguinte, qualquer um que terminar junto com uma árvore, perde uma das moedas dadas pela abadia.


No geral Domus Domini foi uma grata surpresa. É um jogo desconhecido da grande maioria, mas muito bom. Lembra um pouco Ora et Labora, mas não nada punitivo. As regras são simples e os componentes de extrema qualidade. As variantes são quase obrigatórias, deixando o jogo interessante. Domus Domini é daqueles jogos que vale a pena conhecer. Vamos, o sino já tocou, a última missa está para começar.


2 comentários:

  1. Queria muito esse jogo hehe. Alias tem vários com tema religioso que eu quero:

    Domus Domini
    Ora et Labora
    De Vulgari Eloquentia
    e Biblios

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